Lisboa, 28 out 2014 (Ecclesia) – O Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa existe nos hospitais públicos e, de acordo com o enquadramento legal atual, tem de ser solicitado pelo doente ou um familiar.
São os doentes que “pedem” este serviço ou os familiares “dão conhecimento que têm internado um pai, uma mãe, um marido” e nessa altura o assistente religioso faz a visita solicitada, explica frei Fernando Ferreira, capelão no Hospital de Pulido Valente, uma das unidades do Centro Hospitalar de Lisboa Norte.
De acordo com o decreto-lei 253/2009 o serviço de assistência espiritual e religiosa presta cuidados espirituais e religiosos aos utentes internados e familiares, bem como funcionários e voluntários, em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde, respeitando as convicções espirituais e religiosas do utente.
“Vou passando nas várias salas, alguns doentes pedem visita diária e vou dando prioridade a esses, entretanto também saúdo as outras pessoas e conforme a disponibilidade converso com elas”, diz frei Fernando Ferreira sobre o seu quotidiano no Hospital.
O frade dominicano revela que passa por todos os serviços, mesmo onde “há situações mais complicadas, mais graves”, adiante à Agência ECCLESIA.
“Temos de nos habituar a conviver com todas as situações. Existem pessoas que já não falam mas procuro estar com elas, falar, sentirem a presença, dar a mão e ficam recetivas a esse encontro, há sempre comunicação”, desenvolve frei Fernando Ferreira, na entrevista que vai ser transmitida hoje no programa Ecclesia, na Antena 1 da rádio pública, a partir das 22h45.
Com 73 anos, Maria do Carmo Carvalho integra o Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa há oito anos e é o testemunho, de quem dá o seu tempo a visitar doentes, caracterizado por “saber ouvir, escutar e ajudar”.
A voluntária no Hospital Santa Maria recorda uma doente oncológica que visitou antes da entrevista e a forma como esta a “edificou”.
“Estava muito unida a Nossa Senhora, a Jesus, e que isso supera todo o sofrimento. Edificou-me com aquele sorriso e olhos sorridentes, no fim abraçou-me”, contou.
Maria do Carmo Carvalho explicou que para além de estar com os doentes no hospital também faz visitas domiciliárias: “É uma alegria porque sejam novos ou de mais idade é preciso conversar.”
A presença do diácono permanente Vítor Lourenço também se faz de bata branca, um desbloqueador para um primeiro contacto por o confundirem com um médico.
“Dá oportunidade de dizer que sou assistente espiritual e deixa automaticamente uma abertura porque não há nenhuma conversa que não seja com alguém que está ali com uma função específica”, assinala o assistente do centro hospitalar de Lisboa Norte há cerca de 10 anos.
A assistência religiosa hospitalar está em destaque ao longo desta semana no programa ECCLESIA na Antena 1 da rádio pública, a partir das 22h45, no programa Ecclesia da RTP em cada quarta-feira e numa secção do semanário digital Ecclesia
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