Homilia do Bispo de Viseu na Missa Crismal 2018

De novo, é quinta-feira Santa – dia tão especial para a Igreja e para nós, Sacerdotes. Hoje, o Senhor Jesus nos congrega como Presbitério da Igreja de Viseu e nos chama a viver e a celebrar este momento privilegiado da nossa vocação e da nossa missão, unidos, sacramentalmente, ao Seu Sacerdócio. Demos graças a Deus nosso Pai que, no Espírito Santo, nos escolheu para sermos, em Jesus Cristo, realizadores da Sua Aliança com todos os irmãos: leigos, religiosos e outros consagrados e diáconos, aos quais somos enviados a anunciar o Seu amor.

Quero, com todos vós, queridos Irmãos Sacerdotes, membros do Presbitério desta nossa Diocese, saudar e agradecer a unidade de vida e missão de todos estes nossos irmãos, participantes, connosco, no mesmo Povo de Deus. Procedendo da unidade e comunhão do Batismo, da Eucaristia e do Crisma, cada um assume a sua vocação, respondendo ao chamamento de Jesus para a construção e alimento da Sua Igreja. Nela, ainda que, cada um de nós viva uma missão diferente, somos igualmente colaboradores, na corresponsabilidade das diferenças, para a beleza do Corpo Místico de Jesus, de acordo com os caminhos propostos no Evangelho.

Como trabalhadores na mesma Messe – a “vinha do Senhor” – todos nós, sacerdotes, queremos dar graças a Deus que nos chamou ao Ministério Sacerdotal e nos envia, em cada dia, a realizar a Sua Obra.

Hoje, neste ano de 2018, queremos, também e de modo especial, agradecer a vocação e a missão daqueles que, de entre nós, celebram um aniversário muito particular. São eles: Pe. Nuno Amador, a celebrar 60 anos; Pe. António Martins e Pe. Gregório Santos, a celebrarem 50 anos; Pe. Ivan Babchuc, Pe. Giovanni Sartori, Pe. José Caldeira e Pe. Virgílio, a celebrarem 25 anos de sacerdócio. A cada um destes irmãos sacerdotes, os nossos parabéns, muito amigos e os melhores votos para o serviço generoso e fiel que dão a Jesus Cristo, na Igreja e no Mundo. Desejamos, a cada um deles, vida, alegria, saúde e graça para continuarem a missão recebida. Saudamos, também, com amizade, os seus familiares e as suas Comunidades e Institutos.

Neste momento e neste dia tão especial, quero lembrar e saudar todos os outros nossos irmãos, sacerdotes, mais velhos e mais doentes ou que, por qualquer razão, se encontram em sofrimento. A todos e a cada um, desejo Santa e Feliz Páscoa, prometendo, a todos, a mediação da oração diária.

Quero ter presentes, nesta Eucaristia, a vida e as intenções de cada sacerdote, pedindo, ao Senhor Jesus, o favor das Suas graças e bênçãos, para todos, num Presbitério que seja, cada vez mais, sinal da “fraternidade sacramental” e da bela, profunda e estreita comunhão, de que fala o Decreto Presbiterorum Ordinis, do Concílio Ecuménico Vaticano II. Precisando a Igreja e a nossa Diocese de vocações, com verdadeira e feliz consagração: no sacerdócio, na vida religiosa e na vida missionária, é a família que precisa de fundamentar a sua vocação e a sua missão para que, das famílias, de acordo com a vontade de Deus e as necessidades do Mundo e da Igreja, as vocações surjam e floresçam, trazendo novas e fundadas esperanças para os novos tempos.

Por tudo isto, peçamos ao Senhor que nos dê a inspiração, a vontade e a coragem de investir, em cheio, na pastoral familiar, preparando, com entusiasmo, alegria e muita dedicação, os matrimónios que celebramos. Porém, é imprescindível que apoiemos e ajudemos os casais e as famílias no seu crescimento e nas suas dificuldades. Que os ajudemos a preparar o batismo dos seus filhos e encontremos as melhores formas de incentivar à participação de todos – jovens, crianças, famílias e pais – na vida da Comunidade.

Para tudo isto, importa que o Domingo seja, em cada paróquia, o Dia da Festa e o Dia do Encontro de toda a Família, com o Pai e o Filho, no Espírito Santo. Celebrando-se, neste ano, o 1.º Sínodo dos Jovens, versando a sua Fé e o seu discernimento vocacional, peço a todos que, sob a orientação do Vigário Episcopal da Pastoral dos Jovens e Reitor dos nossos Seminários, criemos uma atmosfera propícia à evangelização e pastoral da juventude, capaz de testemunhar J. Cristo e os Seus valores, que ajudem a acreditar na humanidade como construtora da civilização do Amor.

Um dos centros desta Liturgia é a consagração e bênção dos óleos – matéria sagrada para a celebração dos Sacramentos que Jesus confiou e confia à Sua Igreja para bem e proveito de todos nós. É requerido que eles sejam usados e administrados em celebração litúrgica, sempre enriquecidos com a Palavra de Deus e, de acordo com as circunstâncias de cada um, com a presença e a participação da Comunidade. É o nascimento, o anúncio, o crescimento e a riqueza da vida da Igreja que se celebra e se distribui para a santificação de todos.

Isto no-lo diz a Palavra de Deus, hoje proclamada, onde o Profeta Isaías é o principal Mediador, ainda que o Destinatário da Profecia e o seu Realizador seja Jesus Cristo – a Testemunha Fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra – nas palavras de S. João. Ele é o «Alfa e o Ómega, Aquele que é, que era e que há-de vir, o Senhor do Universo», nas palavras do Senhor, nosso Deus, que se cumprem em cada “hoje” e em cada tempo da história. Ele é Cristo, O que vive, O Vitorioso de todas as lutas, a última das quais é a morte que Ele vence, por nós, garantindo a Ressurreição e a Vida Eterna.

Que em cada uma das Comunidades da nossa Diocese se celebre a Páscoa e se anuncie, com alegria, que Jesus está vivo e que Ele é o Salvador e o Libertador de todos os males. Participantes na Sua vida, anunciemos a Páscoa, com coração fraterno, a todos os nossos irmãos. Assim seja!

D. Ilídio Leandro, bispo de Viseu

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