Homem do Papa para a cultura nega «estratégia de conversão» em relação aos judeus

O Arcebispo Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, defendeu que a nova oração de Sata-feira Santa pelos judeus não representa qualquer “estratégia missionária de conversão” em relação aos fiéis desta religião. Num artigo publicado no jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, este responsável, defende que o novo texto incluído no antigo Missal Romano de 1962 apenas pretende “rezar para ter ao seu lado, na única comunidade dos crentes, o Israel da fé”. “Esta é a visão cristã e a esperança da Igreja que reza. Não é uma proposta programática de adesão teórica nem uma estratégia missionária de conversão”, escreve. O membro da Cúria Romana comentava assim várias reacções do mundo hebraico à decisão de Bento XVI, que modificou a oração de Sexta-feira Santa pelos judeus, contida no Missal Romano de 1962, cujo uso foi “liberalizado” com o Motu proprio Summorum Pontificum, em Julho de 2007. O Oremus et pro Iudaeis do Missal anterior ao Concílio Vaticano II, publicado no pontificado de João XIII, já não incluía a expressão “pérfidos judeus”, mas pedia a oração dos fiéis para o Senhor retirasse dos seus corações “a cegueira” e a “obscuridão”. O novo texto de Bento XVI pede a oração pelos judeus para que o Senhor “ilumine o seu coração” para que reconheçam em Jesus “o salvador de todos os homens” e todo o povo de Israel “seja salvo”. O Papa cita uma passagem da Carta de São Paulo aos Romanos onde se pode ler que “que todo o Israel será salvo” após a entrada da “totalidade dos gentios” na Igreja. A oração do novo Missal Romano, aprovado por Paulo VI após o Concílio Vaticano II, reza “pelo povo judeu, para que Deus nosso Senhor, que falou aos seus pais pelos antigos Profetas, o faça progredir no amor do seu nome e na fidelidade à sua Aliança”.

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