Holocausto não pode ser esquecido, diz a Santa Sé

O Memorial Yad Vashem de Jerusalém, dedicado ao estudo e à memória da Holocausto, o genocídio dos judeus por parte dos nazis, inaugurou a 15 e 16 de Março o seu novo museu, com a participação de um grande número de personalidades estrangeiras. O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e mais de 40 dirigentes europeus e diferentes personalidades participaram na cerimónia. O Cardeal Jean-Louis Tauran, arquivista do Vaticano e antigo chefe da diplomacia da Santa Sé, chefiou a representação da Igreja Católica, em nome do Papa, apresentando aos presentes a “proximidade espiritual” de João Paulo II e a solidariedade de toda a Igreja. Em 2000, durante a sua histórica viagem à Terra Santa, o Papa visitou a Yad Vashem. “Reconhecendo a imensidão do sofrimento judaico, encontramo-nos cara a cara com a necessidade de estar vigilantes e de rejeitar a indiferença”, alertou o Cardeal Tauran. Yad Vashem, oficialmente designado “Memorial do Holocausto e dos Heróis” foi criado em 1953 para destacar a relação existente entre as vítimas da Holocausto e o novo Estado de Israel, que também dedicou uma jornada anual à recordação da tragédia. O novo museu ocupa uma galeria de 180 metros de comprimento que se estende sob uma imensa abóbada triangular, voltada para uma rocha de uma colina de Jerusalém. Com 4,2 mil metros quadrados é quatro vezes maior que o antigo museu, construído há 30 anos, e integra técnicas audiovisuais e informáticas modernas. Para chegar ao prédio é necessário passar por uma sala onde, no chão, se encontram gravados os nomes dos 22 campos de extermínio mais importantes e onde uma chama se encontra permanentemente acesa. No pórtico de entrada há uma “coluna da recordação”, de 30 metros de altura, onde está gravada a palavra “Zkhor”, que em hebreu significa “Recorda”. A Yad Vashem tem um centro de pesquisa sobre o holocausto, uma escola com alunos de diferentes idades e uma base de dados das vítimas, que conta com cerca de três milhões de fichas actualizadas. Esta instituição é oficial, apesar de ser independente do Estado, com um orçamento anual financiado em 30% pelo governo israelita e o restante por instituições judias e fundos de indemnizações das vítimas do nazismo.

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