Livro apresentado a 5 de Outubro A História dos Missionários do Espírito Santo no nosso país vai ganhar, no próximo dia 5 de Outubro, um documento de referência, com a apresentação da obra “História dos Espiritanos em Portugal” da autoria do Pe. Torres Neiva. A Congregação Religiosa tem o seu início no ano de 1703, festa de Pentecostes, quando Poullart des Places e seus companheiros fundam, na Igreja de Saint-Étienne-des-Grès, em Paris, a comunidade do Espírito Santo. Mais de cem anos mais tarde, em 1841, Francisco Libermann fundou “a Obra dos Negros”, sob o nome de Sociedade do Sagrado Coração de Maria. No Pentecostes de 1848, Francisco Libermann preside à união da Congregação do Sagrado Coração de Maria com a Congregação do Espírito Santo. Renasce uma família missionária mais dinâmica: a Congregação do Espírito Santo sob a protecção do Imaculado Coração de Maria, os Espiritanos. A primeira comunidade da Congregação em Portugal é inaugurada, em Santarém, a 3 de Novembro de 1867. É formada por dois Padres e dois estudantes franceses. A província portuguesa foi criada em 1867 pela casa-mãe, sendo o seu objectivo o de formar missionários para Angola e outras colónias portuguesas. Na sua história, segundo o Pe. Torres Neiva, podemos distinguir duas fases distintas: antes da proclamação da República, em 1910, e depois da proclamação da República. Antes, a província lançou os seus alicerces em Santarém, com a fundação do “Seminário do Congo” e foi-se solidificando pouco a pouco, a ponto de em 1910 contar já com todas as obras de formação para padres e irmãos: uma procuradoria das missões em Lisboa (1892), o Colégio do Espírito Santo em Braga (1872), o Colégio de Santa maria no Porto (1886), a Escola Agrícola Colonial de Sintra (1887), o Seminário Apostólico da Formiga, em Ermesinde (1894) e o Seminário de Teologia em Carnide, Lisboa (1908). Só em 1901 é que a Congregação é oficialmente aprovada em Portugal, com sede em Lisboa. Com a proclamação da República todas estas obras foram confiscadas, excepção feita à procuradoria das missões. A restauração da província foi iniciada por D. Moisés Alves de Pinho, nomeado provincial em 1919 com essa incumbência específica. A 2 de Fevereiro de 1921, é erecta canonicamente a Província de Portugal. Pouco a pouco foram-se abrindo novas casas de formação: Braga (1919), Godim-Régua (1921), Viana do Castelo (1922), Fraião-Braga (1927), Silva-Barcelos (1937) e Torre da Aguilha (São Domingos de Rana, 1952), além de várias outras obras de apoio à animação missionária e ao apostolado dos seus membros. Fruto do desenvolvimento da Província Portuguesa e do trabalho de vários Padres e Irmãos de Portugal surgirá, em 1969, a Província de Espanha. Alguns anos mais tarde, 1982, é fundado no Brasil o distrito de Brasil Sudeste, formado por religiosos de origem portuguesa. A província portuguesa conta com cerca de duas centenas de membros. As suas actividades estão distribuídas pela formação de novos missionários, animação missionária do Povo de Deus, promoção vocacional, apostolado paroquial e assistência aos migrantes de expressão portuguesa. Na animação missionária merecem relevo a Liga Intensificadora da Acção Missionária, fundada em 1937, o Movimento Missionário de Professores e os Jovens Sem Fronteiras. Na assistência aos migrantes merece destaque o Centro Padre Alves Correia (CEPAC), em Lisboa.