Haiti: Vaticano e bispos católicos condenam assassinato do presidente Jovenel Moise

Mensagem enviada em nome do Papa pede fim da violência

Lisboa, 08 jul 2021 (Ecclesia) – O Vaticano e a Conferência Episcopal do Haiti condenaram o assassinato do presidente deste país, Jovenel Moise, apelando ao fim da violência e ao diálogo entre fações políticas.

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, enviou hoje uma mensagem à Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé) no Haiti, em nome do Papa, deplorando o “assassinato atroz” do chefe de Estado.

Moise foi morto por um grupo de indivíduos não identificados, alguns falantes de espanhol, que invadiram a sua residência privada nos arredores da capital haitiana, Porto Príncipe, durante a madrugada; a primeira-dama, Martine Moise, também sofreu ferimentos provocados por uma arma de fogo, tendo sobrevivido.

O Papa, através do seu secretário de Estado, envia condolências ao povo haitiano e à esposa do presidente, manifestando a sua tristeza perante estes atos.

Francisco condena “qualquer forma de violência como meio de solução das crises e dos conflitos” e deseja que o país possa encontrar um futuro de “solidariedade e prosperidade”.

A Conferência Episcopal Haitiana, por sua vez, apelou ao fim da violência e defendeu uma “convivência fraterna no interesse de todos e no interesse do Haiti”.

Os bispos católicos falam num assassinato “inadmissível e escandaloso” e mostram-se “chocados”.

“Este triste acontecimento marca uma deplorável viragem na nossa história como povo, infelizmente ditada pela escolha deliberada da violência, escolha feita há algum tempo por muitos setores da população como forma de sobrevivência e resolução de conflitos”, indicam os responsáveis, em nota divulgada pelo portal de notícias do Vaticano.

O Haiti vive em crise política, económica e social, que persiste desde o terramoto de 2010, que deixou 250 mil mortos, agravada pela pandemia; o presidente Moise, no poder desde 2017, era contestado pela ausência de eleições legislativas e pelo referendo constitucional destinado a reforçar os poderes do chefe de Estado.

OC

Partilhar:
Scroll to Top