O Núncio Apostólico no Haiti, arcebispo Bernardito Auza, alertou para a dramática situação que ainda se vive no país, mais de seis meses depois do sismo ocorrido em 12 de Janeiro, provocando mais de 200 mil mortos e milhares de desalojados.
“As pessoas estão traumatizadas, as comunidades de crentes dispersaram-se e mais de metade das igrejas estão destruídas”, indica o representante diplomático do Papa, que fala em caos.
Em declarações à organização católica internacional “Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS), D. Bernardito Auza aponta como prioridade máxima a reconstrução das paróquias, escolas, igrejas, seminários, instituições de caridade e casas religiosas de várias ordens.
Na capital haitiana, Port-au-Prince, mais de metade das paróquias estão parcial ou totalmente destruídas, pelo que não é possível levar a cabo uma acção pastoral normal.
“As pessoas estão dispersas: uma parte vive em campos de acolhimento, outra fugiu para o campo, alguns vieram até à cidade em busca de trabalho”, assinala o Núncio.
Quanto ao trabalho de recuperação do país, o arcebispo Auza apela à paciência, dado o grau de destruição provocado pelo sismo, lamentando ainda a “corrupção” generalizada que impede a reconstrução.
A Igreja, acrescenta, quer “oferecer formação ao maior número possível de crianças, mas nas zonas rurais falta dinheiro para manter os edifícios e para o pessoal”.
D. Bernardito Auza agradeceu à AIS, que já recolheu 4 milhões de Euros em donativos, destinados à reconstrução de igrejas, capelas e seminários, bem como para os programas de educação e formação no Haiti.