Haiti: Igreja em lágrimas

“Só podemos chorar diante desta catástrofe. Agora vamos contar os mortos e feridos”. É assim que reage ao terramoto da semana passada um padre, no Haiti.

No meio de relatos dando conta de que milhões de pessoas tinham sido afectadas pela catástrofe, a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) procurou incansavelmente entrar em contacto com bispos e com alguns respnsáveis peldos projectos de auxílio na Ilha. Foi assim que a organização católica soube da morte do arcebispo de Port-au-Prince, capital haitiana, D. Joseph Miot. Mons. Benoit, vigário-geral da diocese, também é dado como desaparecido.

O edifício do seminário da cidade foi gravemente danificado e ainda não se conhece o destino dos seminaristas. Regina Lynch, directora-geral dos projectos da AIS, diz que “o nosso pensamento vai realmente para o povo do Haiti neste momento. Estamos a fazer o nosso melhor para entrar em contacto com alguns dos nossos parceiros de projecto no país”.

Lembrando que esta é uma das nações mais pobres do mundo ocidental, Regina Lynch assinala que “graças à generosidade dos benfeitores”, a AIS está pronta para “ajudar a Igreja e as suas estruturas” no Haiti num projecto a longo prazo.

Muitas estruturas da Igreja Católica sofreram pesados danos ou foram mesmo completamente destruídas, como a catedral da capital do país. Seminários, casas de comunidades religiosas, igrejas e instituições sociais conheceram a trágica sorte de muitos outros edifícios.

A comunidade dos Monfortinos viu desmoronarem-se a capela e o jardim-de-infância que estava sob a sua responsabilidade. Vários seminaristas desta comunidade morreram e muitos continuam desaparecidos.

A AIS recebeu um relatório de um padre desta congregação que escapou ileso ao sismo, no qual o sacerdote revela: “Mesmo as mais fortes casas da cidade estão parcial ou totalmente destruídas. Uma enorme nuvem de poeira surgiu ao redor da cidade, como resultado do desmoronamento das casas”.

Referindo que um jardim-de-infância nas proximidades de uma capela católica foi destruído, o sacerdote acrescentou: “Todas as casas entraram em colapso. Uma multidão saiu a gritar e a chorar. Só podemos chorar diante desta catástrofe”.

Departamento de Informação da Fundação AIS

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Agência ECCLESIA

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