Conferência Episcopal lamenta clima de violência e de incerteza, que afeta a população

Port-au-Prince, 09 dez 2025 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal do Haiti (CEH) sustentou que a segurança é a condição “indispensável” para a realização de eleições gerais e exortou os atores políticos a evitarem que o país mergulhe ainda mais no “caos”.
Na sua Mensagem de Natal, publicada na solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro), os bispos católicos alertaram que as eleições só serão democráticas e transparentes “se as autoridades do Estado trabalharem arduamente para o estabelecimento de um clima de segurança em todo o país”.
“A segurança é a condição prioritária para a organização de eleições cuidadosamente preparadas”, sublinha o documento, que responsabiliza os atores nacionais e internacionais pela criação destas condições.
Perante a “urgência de segurança e a violência estrutural” que mina a sociedade, a CEH apelou a todas as forças vivas da nação para que se elevem acima dos interesses partidários e privilegiem a “paz civil e o respeito pela dignidade humana”.
“Que nenhuma decisão, nenhuma palavra e nenhuma ação faça mover o nosso país ainda mais para a violência ou para o caos”, pediram os bispos católicos.
A mensagem episcopal recorda a aproximação do dia 7 de fevereiro de 2026, data que marca o fim do mandato do Conselho Presidencial de Transição (CPT), e exorta os políticos a deixarem-se guiar pela Constituição de 1987.
Os bispos haitianos clamam por uma “liderança nova”, feita de “probidade, serviço e abnegação”, capaz de resistir à corrupção e à manipulação das massas.
“O Haiti precisa de homens e mulheres capazes de renunciar à corrupção, de resistir ao dinheiro fácil” e de se tornarem “servidores do bem comum”, pode ler-se.
Reconhecendo que o povo caminha numa “noite escura de incerteza e de dor”, a Conferência Episcopal recusou o desespero e afirmou que o apelo à esperança não é um “otimismo ingénuo”.
Os bispos citaram o exemplo recente da qualificação da seleção nacional masculina de futebol para o Mundial 2026 como prova de que, “mesmo na adversidade, o nosso povo possui uma capacidade notável de superação quando escolhe a unidade e a solidariedade”.
“Este sucesso recorda-nos que nenhuma escuridão é invencível”, declaram.
A mensagem termina com um voto de confiança, lembrando que o Natal traz a luz que permite acreditar que “a noite nunca será o último ato da história”.
OC
