Há tentação de nacionalizar a solidariedade

Alerta do presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade sobre políticas governamentais As instituições de Solidariedade encontraram-se, hoje (29 de Setembro), em Lisboa, para partilharem caminhos porque “é importante que estes organismos se encontrem fora dos palcos de discussão das matérias polémicas” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Lino Maia, Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). No Parque da Bela Vista (Lisboa) milhares de pessoas – de Norte a Sul do país – conviveram o mostraram a “força e o valor da solidariedade”. Naquele recinto estavam montados vários palcos que ofereciam – através da cor e da música – os seus saberes. “Este sector é muito importante, numeroso (instituições, dirigentes e respostas) e com qualidade” – frisou o Pe. Lino Maia. E acrescenta: “mostraram à cidade e ao país aquilo que muitas vezes está escondido” Neste momento concreto – para além do projecto educativo que estas IPSS oferecem – o Presidente da CNIS sublinha que “temos também uma voz de intervenção” porque “noto que há tentação de nacionalizar a solidariedade”. As respostas sociais em Portugal têm tradição. “São implementadas pelos cidadãos que se organizam e também pela Igreja” – afirma. E avança: “é importante que não se contrarie esta tradição por alguns sectores do Estado português”. Apesar dos ameaços da chuvas, a primeira Festa da Solidariedade foi um “sucesso”. O Estado tem responsabilidades mas “não pode abafar as respostas que existem”. Se tal acontecer, o Pe. Lino Maia salienta que corre-se o risco de “matar o voluntariado em Portugal”. A construção do país terá que “passar por todos”. Foram dezenas de grupos que actuaram no Parque da Bela Vista. Para alguns, a visita à capital foi “um acontecimento que não esquecerei” – testemunhou um utente de uma IPSS de Bragança. E declara: “os idosos de Lisboa também sofrem como nós”. Neste diálogo inter-geracional, o ritmo das crianças também era acompanhado pelos mais idosos. Ilda Lourenço veio do Centro Comunitário de Carcavelos e mostrou os seus dotes vocais. “Esta festa é muito boa” – disse. Actualmente, o conceito de Solidariedade é utilizado com frequência mas prática “ela falha muitas vezes” – afirma o Presidente da CNIS. “Se continuar esta tentativa de nacionalização da solidariedade nas respostas, então cada vez haverá menos”. E acrescenta: “temos de dar as mãos neste projecto”. Nalguns sectores do governo “há prejuízo para as instituições de solidariedade”. “Temos de mostrar a força que temos” – disse o Pe. Lino Maia. No próximo ano, a chama da solidariedade vai para Braga É a primeira festa da solidariedade mas “vamos continuar”. Durante este ano a chama ficará nas instituições de Lisboa e, em Setembro do próximo ano, será “transportada solenemente para Braga” – disse o Pe. Lino Maia. O líder da Comissão encarregada da organização da Festa da Solidariedade, Eleutério Alves, afirmou à Agência ECCLESIA que este evento mostrou ao “país que as IPSS têm um campo de actividade muito forte”. E finaliza: “onde ninguém está, nós estamos lá”.

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