Guiné-Bissau: Líderes religiosos apresentaram declaração de apelo à paz e tolerância

Documento foi assinado por representantes das comunidades católica, muçulmana, evangélica e religião tradicional

Bissau, 23 mar 2024 (Ecclesia) – Líderes religiosos na Guiné-Bissau apresentaram uma declaração conjunta de apelo à paz e tolerância religiosa no país lusófono, na sequência dos diversos casos de ataques contra os espaços de culto tradicional e de uma igreja evangélica, informa o Vaticano.

“Reconhecendo os riscos que estes fenómenos representam para a paz, estabilidade e o desenvolvimento, nós líderes religiosos, adotamos a presente declaração de apelo a paz”, explicou o padre Augusto Mutna Tambá na apresentação, divulgou hoje, 23 de março, o portal de notícias do Vaticano.

A declaração conjunta de vários líderes religiosos que, apela “à paz e tolerância religiosa” na Guiné-Bissau, surgiu na sequência de “ataques contra os espaços de culto tradicional e de uma igreja evangélica” na capital Bissau, associadas à “proliferação de discursos de ódios e de intolerância religiosa que vinham sendo disseminados por diferentes atores” no país lusófono.

O documento pede aos guineenses que se abstenham de “proferir, divulgar e disseminar discursos sectários e radicais”, capazes de incentivar o ódio e a intolerância no país, e exorta às autoridades judiciárias que investiguem e levem à justiça os responsáveis dos atos “de intolerância religiosa que tendem pôr em causa a paz e a coesão nacional”.

“Instamos o povo guineense a empenhar-se na preservação da paz e da unidade nacional bem como no respeito pelos direitos e liberdades fundamentais”, acrescentou o padre Augusto Mutna Tambá.

Foto LGDH – Liga Guineense dos Direitos Humanos

A declaração que foi assinada por representantes das comunidades católica, muçulmana, evangélica e religião tradicional, apresentado na quinta-feira, dia 21, repudia “todos os atos de intolerância religiosa no país e apela à cessação imediata dos mesmos”.

Em 2023, uma igreja católica, em Gabu, foi vandalizada, e uma mesquita, mas, segundo o padre Augusto Mutna Tambá, registaram outro ataque a uma igreja católica, em outubro, a Paróquia Beata Anuarite, em Cuntum Madina, também na capital da Guiné-Bissau, foi assaltada e profanada, lê-se no portal ‘Vatican News’.

Esta iniciativa conjunta das diferentes igrejas cristãs e religiões insere-se na implementação da Agenda Comum para a Paz dos líderes religiosos, adotada em 2022, no contexto do ‘Projeto Observatório da Paz – Nô Cudji Paz’, uma iniciativa implementada pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), fundação para o desenvolvimento e a cooperação com sede em Lisboa, e pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, financiada pela União Europeia e Cofinanciada pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.

CB

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Agência ECCLESIA

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