Fundação AIS alerta para presença crescente de grupos terroristas islâmicos
Lisboa, 06 jul 2022 (Ecclesia) – A comunidade cristã em Gabú (Guiné-Bissau) está “inquieta” após a vandalização de uma igreja católica, incidente que se registou pela primeira vez no país lusófono.
“A Igreja Católica em Gabú, na Guiné-Bissau, foi atacada e vandalizada, no dia 2 de julho, e o incidente, o primeiro de que há memória neste país africano de língua oficial portuguesa, está a inquietar a comunidade cristã, desde que as imagens da destruição no templo foram postas a circular nas redes sociais”, refere um comunicado da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) enviado à Agência ECCLESIA.
O padre Luccio Brentegani, administrador diocesano de Bafatá, realça que “nada e ninguém, jamais, separará” a comunidade cristã, lamentando o ataque e a vandalização da igreja.
Nas declarações à Rádio ‘Sol Mansi’, uma estação católica local apoiada pela Fundação AIS, o sacerdote referia-se à destruição causada nas imagens de Nossa Senhora, assim como de Santa Isabel, a padroeira da paróquia, e ainda de Nossa Senhora de Gebra, “muito querida por todos os fiéis católicos da zona leste”.
O padre Luccio explicou que esta é uma imagem “muito antiga e símbolo da presença da Igreja Católica nesta terra da Guiné-Bissau”, refere a nota.
O administrador diocesano de Bafatá (nomeado em abril de 2021 para este cargo, após a morte de D. Pedro Carlos Zilli) exprimiu a esperança de que se terá tratado de um ato isolado, que não irá afetar a relação de boa convivência no país.
A constatação vem no seguimento das conclusões do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da Fundação AIS, editado em abril do ano passado, em que se pode ler que “a tensão está a crescer” neste país africano, sublinhando-se o facto de que “alguns grupos terroristas jihadistas se têm envolvido cada vez mais em atividades ilegais”.
A presença crescente de grupos terroristas islâmicos nesta região do continente africano levou mesmo a Conferência Episcopal Regional da África Ocidental de Língua Francesa, que inclui os bispos da Guiné-Bissau, a emitir uma mensagem pastoral conjunta a 22 de Maio de 2019.
Nesta mensagem, recorda o relatório da Fundação AIS, os bispos denunciaram a “inquietante onda de violência” enfrentada pela região e pelas comunidades cristãs locais e apelaram a que todos os líderes religiosos “se levantem juntos para denunciar qualquer instrumentalização da religião”.
LFS/OC