«Mesmo aqueles que às tantas estivessem mais adormecidos, perceberam que já estamos com um ‘há pressa no ar’» – Patrícia Sangreman
Guimarães, 01 mar 2023 (Ecclesia) – O Arciprestado de Guimarães/Vizela, na Arquidiocese de Braga, realizou um programa para “incluir tudo e todos” na peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude, enquanto as principais celebrações remeteram para os atos finais desse encontro de jovens.
“Esta passagem dos símbolos pelo país e pelos nossos concelhos, de Guimarães e Vizela, veio sem dúvida desinstalar-nos e permitir um renovar da evangelização; É um fruto desejado, rezado, pela equipa e vai continuar a ser”, disse o assistente Arciprestal da Pastoral de Juvenil e Vocacional de Guimarães/Vizela, em declarações à Agência ECCLESIA.
O padre José Pedro Oliveira assinalou que com a peregrinação da Cruz e do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani no Arciprestado de Guimarães/Vizela, que tem 77 paróquias em sete zonas pastorais, entre 23 e 26 de fevereiro, começaram a sentir a ‘pressa no ar’ de se porem “a caminho”, que “deixará de ser só interior, na paróquia”.
Patrícia Sangreman, que também faz parte dessa equipa arciprestal, explicou que não conseguindo “ir a todas as paróquias”, em poucos dias, envolveram “todas as zonas pastorais, através delas as paróquias”, em momentos diferentes, e conseguiram “mesmo chegar a todos”.
“Mesmo aqueles que às tantas estivessem mais adormecidos, não sabiam muito bem o que é que se estava a passar, perceberam que já estamos com um ‘há pressa no ar’ porque, de facto, está quase ai agosto e julho, com os ‘Dias nas Dioceses’. Já fomos a todas as paróquias, e os símbolos terem vindo ao nosso arciprestado reforçou este contacto: Foi um momento mesmo muito forte e não será nunca mais esquecido”, desenvolveu à Agência ECCLESIA.
Este arciprestado recebeu os dois símbolos, numa quinta-feira, de Fafe, organizaram “uma pequena receção em Vizela, com uma banda musical e um momento de oração na igreja”, e, entre sexta-feira e domingo, replicaram o programa dos três últimos dias de uma JMJ – Via Sacra, vigília de oração e Eucaristia de envio, com procissão e festa – para além de visitarem escolas, instituições e organizações públicas e privadas, como os Municípios, bombeiros, o estabelecimento prisional, a CERCI, o hospital, o Vitória Sport Club, “uma casa significativa para o arciprestado, os atletas carregaram a Cruz até à estátua de Afonso Henriques”, junto à entrada do estádio, e ao shopping.
Sobre a Via Sacra ‘Nos passos de Jesus’, Patrícia Sangreman partilha que ficaram “muito contentes com a participação, cerca de duas mil pessoas”; a equipa arciprestal preparou os textos/meditações, os escuteiros encenaram, e ainda envolveram “as várias zonas pastorais, as congregações, os sacerdotes”, para levar “os símbolos de estação para estação”.
“Via Sacra já fizemos imensas, mas naqueles moldes, a carregar aqueles símbolos, provavelmente nunca mais vamos fazer, e isto marca”, salientou.
Esta ‘Via Crucis’ começou e terminou no Campo de São Mamede, ao lado do Castelo de Guimarães, e 11 estações passaram pelas ruas e pelos sítios “mais icónicos” da cidade berço de Portugal, como o Largo da Oliveira, a Praça de São Tiago, o Largo do Toural, foram ao Tribunal, e ao município, que estava iluminado pelas cores amarela e azul da bandeira da Ucrânia, no primeiro aniversário da invasão russa, sendo o ícone de Nossa Senhora carregado por mulheres e jovens ucranianas.
“Também para marcar quem passava por nós, e acho que conseguimos, muita gente parou, ficou a ver o que se estava a passar, e acabaram por se juntar a nós”, lembra Patrícia Sangreman.
“Usando uma expressão juvenil, foi ‘brutal’, foi fora da caixa essa Via-Sacra, quer do tempo, quer da participação, do envolvimento das várias instituições”, destacou o padre José Pedro Oliveira.
No sábado, segundo os dois entrevistados, na visita ao Estabelecimento Prisional, “uma periferia como o Papa pede tanto”, viveram um dos momentos mais alegres e felizes nesta peregrinação dos símbolos da JMJ no arciprestado.
“Graças a Deus, o diretor da prisão deixou entrar toda a equipa e todas as pessoas que iam acompanhar, todos os jovens, eramos cerca de 20 pessoas. Receberam-nos em festa, cantaram, fizeram um rap, foi muito especial, depois vê-los a rezar, a tocar a cruz, a tocar o ícone”, explicou a jovem da equipa Arciprestal da Pastoral de Juvenil e Vocacional.
O padre José Pedro Oliveira acrescentou que os reclusos cantaram o hino da JMJ lisboa 2023, “algumas quadras adaptadas à sua realidade”, e foi interessante ver “sobretudo os olhares que transmitiam, quem se sentiu acolhido e de quem procurou levar um pouco de esperança”.
“Há um novo recomeço para as suas histórias, para as suas vidas, na família, e, queiramos nós, na sociedade”, salientou o sacerdote.
Em todas as instituições, esta equipa arciprestal deixou “um símbolo da JMJ, com um agradecimento”, para assinalar esta visita e marcar a passagem da Cruz e do Ícone mariano da Jornada Mundial da Juventude.
CB/OC
Os dois membros da equipa Arciprestal da Pastoral de Juvenil e Vocacional de Guimarães/Vizela, Patrícia Sangreman e o padre José Pedro Oliveira, nunca participaram numa edição internacional da Jornada Mundial da Juventude e partilharam as expectativas que têm para a JMJ Lisboa 2023, de 1 a 6 de agosto. “Estou cheia de expectativas, estou muito ansiosa para rever os símbolos, para me unir em oração com aquela gente toda, para ver o Papa”, disse Patrícia Sangreman, que está “ansiosa” que cheguem os ‘Dias nas Dioceses’, a semana antes da JMJ, de 26 a 31 de julho, “e depois o agosto”. A entrevistada partilha que com a peregrinação da cruz e do ícone de Nossa Senhora as suas expectativas mudaram “da água para o vinho” em relação à JMJ em Lisboa. “Estou envolvida há algum tempo, mas até um bocadinho receosa, a achar que ia ser mais um encontro de jovens do que propriamente um encontro espiritual, mas com a passagem dos símbolos mudou completamente a minha opinião, consegui sentir a outra parte, que até agora não tinha sentido, estava mais na parte da logística”, explicou Patrícia Sangreman. Já o padre José Pedro Oliveira recorda que acompanhou à distância as edições da JMJ Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019), quando foi anunciada a escolha de Portugal “Estávamos em celebração, numa Eucaristia, numa paróquia onde existe um grupo de jovens e foi entusiasmante quando tivemos essa confirmação”, acrescenta. O assistente Arciprestal da Pastoral de Juvenil e Vocacional de Guimarães/Vizela destaca que “encontro e anúncio”, aquilo que o Papa João Paulo II “frisou ao iniciar esta grande jornada que se tem vindo a perpetuar no tempo”, é a expectativa para este encontro mundial em território nacional. “Isso é a grande marca que, talvez, enquanto cristãos, católicos, jovens, estamos a necessitar. Precisamos de facto de nos encontrar presencialmente, depois deste Covid-19, desta guerra que ainda está a perpetuar mas que nos faz tomar consciência das maravilhas do mundo e da graça de viver num país em paz”, desenvolveu o padre José Pedro Oliveira.
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