Guerra: Médicos Católicos Portugueses unem-se a apelo internacional pela paz, que reitera urgência de «cessar-fogo imediato» e «proteção integral aos profissionais de saúde»

Associação é uma das subscritoras da mensagem «A Medicina pela Paz: Imperativo Ético e Profissional», iniciativa promovida pela Ordem dos Médicos

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 07 ago 2025 (Ecclesia) – A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) anunciou hoje que subscreveu ao apelo internacional pela paz promovido pela Ordem dos Médicos (OM), que pede um “cessar-fogo imediato” e a defesa dos profissionais de saúde nas zonas de conflito.

“A Medicina pela Paz: Imperativo Ético e Profissional” é o título da mensagem, publicada na Acta Médica Portuguesa, revista científica da OM, que foi assinada pelo Bastonário do Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, e subscrita por diversas associações e sociedades científicas médicas.

O documento começa por aludir aos “conflitos armados em várias regiões do mundo”, nos últimos anos e “particularmente no contexto internacional”, que “têm desafiado profundamente os limites éticos e humanitários”.

A comunidade médica global testemunhou uma crescente violação das normas internacionais, com ataques deliberados a civis, profissionais de saúde e hospitais, acompanhados por uma preocupante proliferação de armamentos, inclusive nucleares. Estas questões são, desde sempre, motivo de profunda preocupação para os médicos em Portugal”, pode ler-se.

As associações e comunidades científicas lembram que, no terreno, “profissionais de saúde têm sido reiteradamente alvos diretos da violência bélica” e que os “ataques indiscriminados resultaram em milhares de mortes, incluindo crianças, idosos e profissionais de saúde, com danos deliberados a hospitais e ambulâncias”.

“Além das mortes e ferimentos imediatos, o conflito desorganizou profundamente o sistema de saúde, comprometendo a vacinação, o tratamento de doenças crónicas e a saúde mental, com consequências devastadoras para várias gerações. Os impactos nas outras regiões do globo são igualmente alarmantes”, observam.

Os subscritores do apelo apontam que “estes ataques configuram crimes de guerra inequívocos e exigem uma resposta firme da comunidade internacional”.

O documento salienta que os profissionais de saúde “desempenham um papel crucial como guardiões da dignidade humana, independentemente das partes envolvidas nos conflitos, devendo ser protegidos e nunca alvos militares”.

“A neutralidade médica não deve ser interpretada como indiferença perante atrocidades, mas como um dever ético e moral de denunciar abusos e exigir responsabilização pelos atos praticados”, frisam a OM, as diversas associações e sindicatos médicos.

Aludindo aos efeitos das guerras que “transcendem os combates imediatos”, os subscritores assinalam que “prevenir guerras significa proteger os mais vulneráveis, evitar doenças e garantir que o acesso universal à saúde seja sempre defendido como um direito humano fundamental”.

Neste seguimento, as entidades médicas portuguesas reiteram a “importância urgente de um cessar-fogo imediato e da proteção integral aos profissionais de saúde nas zonas de conflito, bem como do compromisso inequívoco com a neutralidade médica, a preservação da vida humana e o apoio médico efetivo aos refugiados e deslocados”.

A Ordem dos Médicos e as restantes entidades consideram “essencial que os médicos de Portugal e do mundo reforcem a sua voz ativa e influente pela paz global”.

Que este compromisso com a paz seja assumido e renovado continuamente por todos os médicos, em todas as regiões do globo, recordando sempre que o primeiro dever da medicina é preservar a vida e aliviar o sofrimento humano de todas as pessoas, sem discriminação ou exceção”, desejam.

No final da mensagem, os “médicos portugueses assumem, neste contexto, o firme compromisso ético e profissional de defender a paz, a justiça e a dignidade humana em todas as circunstâncias”.

A AMCP apela “à reflexão e à divulgação desta mensagem”, que pode ser subscrita até ao dia 25 de agosto, como sinal de unidade e compromisso com a paz.

LJ

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