Guarda: Juventude «tem um grande desejo de radicalidade e autenticidade» – padre Bruno Nobre

Sacerdote Jesuíta vai celebrar a sua Missa Nova este sábado

Guarda, 21 jul 2016 (Ecclesia) – O padre Bruno Nobre, da Companhia de Jesus, vai celebrar a Missa Nova às 17h00 deste sábado na Sé da diocese que o viu nascer, a Guarda, uma vocação adulta que revelou-se “profundamente convencido” que os jovens são o “futuro na Igreja”.

“Às vezes somos um pouco pessimistas na forma como olhamos para a juventude. Dizemos com demasiada facilidade: ‘esta juventude está perdida!’ De acordo com a minha experiência, a gente nova é generosa e tem um grande desejo de radicalidade e autenticidade”, disse o sacerdote ao jornal diocesano ‘A Guarda’.

Na entrevista enviada hoje à Agência ECCLESIA, padre Bruno Nobre indica contudo que “é verdade” que existe um “problema de comunicação” uma vez que “não é fácil” hoje “apontar Cristo como o horizonte final” dos desejos e aspirações mais profundas.

“Sobretudo, precisamos de acompanhar a gente nova com paciência, de os escutar com atenção e de coração aberto, sem nunca nos cansarmos de apontar Jesus Cristo como o caminho de verdadeira vida”, acrescentou.

O entrevistado revela que para além do trabalho académico espera “dedicar algum tempo” à pastoral mais direta, “sobretudo no acompanhamento de jovens universitários”.

O sacerdote da Companhia de Jesus (jesuítas) vai ter como serviço o ensino de Filosofia na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica, no polo regional de Braga, e pretende também desenvolver o trabalho de investigação nas áreas de filosofia da Ciência e filosofia da natureza e manifesta “especial interesse na relação entre fé e ciência”.

Bruno Nobre foi ordenado sacerdote no dia 09 de julho, na igreja de São Roque em Lisboa, aos 39 anos, e se como presbítero procura “amar e servir a Igreja”, como jesuíta tenta “encarnar o carisma de Santo Inácio de Loyola (fundador)” que o desafia a “encontrar e servir o Senhor em todas as coisas e a permanecer nas fronteiras existenciais da humanidade”.

O entrevistado entrou para a Companhia de Jesus há cerca de 11 anos depois da licenciatura em Engenharia Física Tecnológica, no Instituto Superior, onde fez o doutoramento e tinha como área de investigação a física de partículas.

“A minha entrada na Companhia de Jesus aos 28 anos, e já depois de ter completado um doutoramento, não foi uma fuga ou uma desistência, mas um passo em frente, um aprofundamento da minha identidade e um acolhimento da minha vocação”, desenvolveu.

O novo sacerdote recorda que as reações foram muito variadas quando revelou à sua família e amigos a sua opção vocacional tendo os amigos católicos ficado “muito contentes”, os “não crentes tiveram mais dificuldade em aceitar” porque parecia-lhes “um disparate desistir de uma carreira académica que se ia consolidando” para entregar a vida a uma instituição que “tendem a ver como antiquada e sem futuro”.

Já os pais, avós e irmão levaram algum tempo a “perceber e acolher” essa escolha, o considera “perfeitamente natural” mas adianta que se tornou “uma oportunidade para fortalecerem o seu compromisso cristão”.

Com as suas “raízes” na Guarda, onde estudou até ir para a universidade, o padre Bruno Nobre recorda que foi “muito marcado pela fé simples e verdadeira” dessa região.

“Na minha infância e adolescência fui educado nos valores que caracterizam os beirões: a generosidade, a hospitalidade, a simplicidade, o trabalho sério, a honestidade”, exemplifica.

O padre jesuíta Bruno Nobre vai celebrar a sua Missa Nova às 17h00 deste sábado, na Sé da Guarda.

CB

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Agência ECCLESIA

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