«Missão Play» é o mote para o campo de férias jovem em São Gião, no Arciprestado de Seia
Guarda, 01 ago 2019 (Ecclesia) – O Departamento da Pastoral Juvenil Universitária e Vocacional da Diocese da Guarda está a dinamizar o campo de férias ‘Missão Play’ com 22 jovens, junto das populações afetadas pelos incêndios de outubro de 2017.
“O que quereríamos partilhar com os jovens é que as pessoas que aqui estão com a sua resiliência continuam a querer estar e a precisar de proximidade, que os coloquem no centro das preocupações e neste caso das ocupações dos nossos jovens”, disse hoje o coordenador do departamento, em declarações à Agência ECCLESIA.
O padre Rafael Neves sublinha que nos fogos de 2017 “as pessoas foram rápidas a agir” mas considera que “também foram começando a ser rápidas a esquecer” quem foi afetado pela tragédia.
“A intuição primeira foi mostrar a estas pessoas que estes jovens, com a sua juventude, não os esquecem”, realçou o sacerdote, explicando que escolheram “um sítio num certo sentido periférico”.
Simão Boto é da comunidade de São Gião, que recebe os missionários, e afirma que é importante a presença dos jovens junto da população que os tem “recebido bem”.
“Para as ajudarmos a passarem esta situação que tiveram com os incêndios, ajudá-las a esquecer e fazê-los felizes”, explicou o jovem acólito de 15 anos que tem “conseguido passar alegria às pessoas”, e espera que esta “experiência única e nova” se repita.
A ‘Missão Play’ esteve esta terça-feira e na manhã do dia seguinte na aldeia de Parceiro, com pessoas que “apesar de terem perdido bens essenciais”, como casas e terrenos, “ofereciam inclusivamente estadia, tinham esta forma de acolher de querer receber cada um nas suas casas”, destacou o padre Rafael Neves.
“Querem participar ao máximo e colaborar connosco. Ficam extremamente contentes porque são aldeias pequenas, não há muitos jovens, então quando veem muitos jovens juntos, nem que seja só para conversar, ficam muito entusiasmadas”, acrescentou Sara Lopes.
A entrevistada de 20 anos de idade explicou que foram dois motivos que a levaram a participar nesta iniciativa diocesana: a solidariedade e o início de um grupo de jovens em São Miguel.
“Quando soubemos que um objetivo era levar a alegria às populações que sofreram muito com os incêndios de 2017 ainda ficamos mais entusiasmados e quisemos participar e ajudar a comunidade”, desenvolveu.
Sara Lopes diz que está a gostar do convívio, de estar “com pessoas de todos os lados da diocese”, revelando ainda que esta experiência está a ajudá-la “a criar aquele sentido de comunidade que, às vezes, faz falta na Igreja”, o sentido de “querer ajudar os outros, o próximo”.
Já Joana Figueiredo adianta que “o convívio entre todos e os momentos de oração” estão “a ser muito importantes” porque em Mangualde da Serra no Concelho de Gouveia, vivem “poucos jovens”.
Sobre o contacto com população, corrobora que “as pessoas foram muito recetivas”, o primeiro contacto nem sempre “é fácil, “tem que se quebrar o gelo” mas conseguiram.
“Gostaram muito de nos ter lá e notava-se que precisam de uma forcinha; Está a marcar-me de uma forma muito positiva, ajudei na altura dos incêndios mas foi mais com bens materiais e não foram coisas tão palpáveis e estar com eles foi muito importante”, referiu a jovem de 21 anos de idade, estudante de enfermagem, que na paróquia é coordenadora da Catequese, entre outras funções.
O campo de férias tem a sua base no Parque de Campismo da Fundação Albino Mendes da Silva em São Gião, desde segunda-feira, dia 29 de julho, no Arciprestado de Seia (Diocese da Guarda), já no Distrito de Coimbra.
Na tarde desta quarta-feira, por exemplo, os 22 missionários receberam a visita do seu bispo, D. Manuel Felício, num encontro informal, “numa parte mais lúdica e descontraída”, no rio Alva.
Ao longo da semana o programa é variado com “momento de oração, celebração da Eucaristia”, de contacto com a comunidade local e “com momentos de diversão aproveitando as características que a natureza oferece”.
“A atividade não só lúdica, mas também de solidariedade que tentou aproximar os jovens daqueles que aparentemente estão longe de tudo e de todos, criando empatia e interação entre todos”, desenvolveu o coordenador do Departamento da Pastoral Juvenil Universitária Vocacional da Diocese da Guarda.
A ‘Missão Play’ termina esta sexta-feira, com celebração da Eucaristia, “num espaço de oração criado no campo”, e depois do almoço partem “em missão cada um para as suas casas famílias e paróquias”.
CB/OC