Guarda: Diocese promoveu «pausa» de silêncio e oração na Serra da Estrela

Retiro para jovens decorreu nas Penhas Douradas, como forma de preparação para a Páscoa

Foto: Diocese da Guarda

Penhas Douradas, 11 mar 2019 (Ecclesia) – A Pastoral Juvenil Universitária Vocacional da Diocese da Guarda promoveu entre sexta-feira e domingo um retiro para jovens nas Penhas Douradas, uma proposta de silêncio e oração na Serra da Estrela.

O padre Rafael Neves, coordenador do Departamento Diocesano da Pastoral Juvenil e Vocações da Guarda, explica que o objetivo foi oferecer uma “pausa” aos jovens, na preparação para a Páscoa.

“Fomos de encontro à ideia de que os jovens também precisam de parar, para pensar, refletir, meditar”, assinalou o sacerdote, em declarações enviadas à Agência ECCLESIA pelo jornal diocesano ‘A Guarda’.

Depois da “euforia” do Carnaval, os participantes foram desafiados, no silêncio e na oração, a encontrar-se com os outros, com eles próprios e “sobretudo com Deus”.

“O ambiente da serra, com um certo isolamento, com espaço de silêncio, com uma natureza que favorece o recolhimento, era um ingrediente interessante para que os jovens fizessem esta pausa”, assinala o padre Rafael Neves.

A iniciativa ‘Pausa Quaresmal para preparares a tua Páscoa’ foi orientada pelo reitor do Seminário da Guarda, padre Paulo Figueiró, capelão das Irmãs Carmelitas e do estabelecimento prisional na cidade da Guarda.

O retiro contou com a participação de 15 jovens, na sua maioria universitários, um tempo de “encontro com Deus” e com o seu projeto de vida.

“Ouvindo-os, é isso que eles procuram”, realça o orientador do encontro.

Segundo o Paulo Figueiró, os mais novos “sentem que não basta saber o que vão fazer futuramente, qual é a profissão que vão ter, estão também à procura do seu lugar na Igreja, no mundo”.

“No fundo, além da sua profissão, estão à procura da sua vocação”, acrescenta.

O sacerdote destaca que a vivência da Quaresma ajuda a este “recolhimento”, com momentos de oração e reflexão, a partir das propostas tradicionais da Igreja Católica, potenciadas pelo “espaço tranquilo” que se encontra nas Penhas Douradas.

“É a melhor forma de iniciar esta caminhada quaresmal”, observa.

O bispo da Guarda, D. Manuel Felício, esteve com os jovens na manhã de sábado.

Ana Pádua, de Seia, foi uma das participantes; habituada aos exercícios espirituais, este retiro acabou por ter um elemento de surpresa, numa experiência “muito intuitiva”.

“Estava a precisar de parar, tem sido um período de muita mudança”, confessa.

A jovem tomou conhecimento do retiro através da internet, tendo decidido participar, em busca de “rasgos da presença de Deus”.

A participante no retiro valoriza a importância do cuidado com a natureza e do silêncio, nesta experiência: “Nós somos filhos desta terra”.

Francisco Gusmão, natural de Timor-Leste, está a estudar na Universidade da Beira Interior (UBI) e viu neste encontro uma oportunidade para manter viva a sua fé, referindo que costumava participar em retiros “na Quaresma e no Advento”.

“É bom para refletir sobre a nossa vida”, destaca, elogiando o ambiente das Penhas Douradas, “silencioso” e propício à reflexão pessoal.

Guilherme Inocêncio, de Angola, também estuda na UBI e trazia do seu país a prática do retiro quaresmal: “Gosto de estar num retiro para me preparar, para me poder reencontrar, aumentar a minha fé”.

O jovem falou num “lugar espetacular”, que ajuda a estar “mais perto de Deus”.

A Quaresma, que começou com a celebração da imposição das Cinzas, é um tempo de 40 dias marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, até à festa da Páscoa.

O bispo da Guarda, na sua mensagem para este tempo litúrgico, convidou a viver a Quaresma em contexto missionário e destinou a renúncia quaresmal a “iniciativas de formação” no campo da Missão.

LFS/SN/OC

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Agência ECCLESIA

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