D. Manuel Felício visitou a missão D. João de Oliveira Matos
Fundão, 24 mar 2017 (Ecclesia) – O bispo da Guarda disse à Agência ECCLESIA que a diocese quer ajudar a construir um Centro de Espiritualidade e Formação Catequética, em Angola, após visitar o centro missionário D. João de Oliveira Matos, no Município da Kilenda.
“O meu diálogo com o bispo local (Sumbe) foi ao lado da escola criarmos um centro de espiritualidade e formação catequética que ofereça as condições necessárias para continuarem a desempenhar com qualidade o serviço que as pessoas já se habituaram a receber deles”, disse D. Manuel Felício.
O bispo da Guarda comentou que o centro missionário D. João de Oliveira Matos, no município da Kilenda, em Angola, está num lugar que foi “o corredor da guerra” durante a guerra e muitos catequistas é que conservaram durante uma década “a vida cristã”.
Neste âmbito, salientou que os catequistas são “um valor fundamental em todo o processo pastoral”, por isso, é preciso ter catequistas mais bem formados, formação regular, preparemos para terem capacidade p liderar as comunidades, há aspetos que eles lideram, nós apoiamos mas eles lideram.
D. Manuel Felício começou por contextualizar que a sua visita à missão criada pela Liga dos Servos de Jesus foi para “estabelecer contactos diretos” com o bispo diocesano para que a escola primária seja uma “escola católica que cumpre” o estatuto acordado entre a Conferencia Episcopal de Angola e São Tomé e o governo angolano.
Neste momento têm 350 alunos mas no próximo ano letivo o número aumenta para 400 crianças num município com 100 mil habitantes que “não tem um palmo de estrada asfaltada”, a eletricidade é a partir do gerador e para terem água limpa, “não digo potável”, é preciso ir busca-la à serra.
O bispo da Guarda para além do bispo de Sumbe falou com os párocos da região e com as instituições locais, que tutelam o ensino para que exista “cooperação”, onde foi “bem-recebido” e o governador provincial “acolheu muito bem” a iniciativa.
“Todas as autoridades disseram esta escola não a podemos perder, é um valor acrescentado à vida no município. É uma qualidade de serviço que não encontramos na generalidade das nossas escolas, tem de continuar e queremos colaborar convosco”, contou.
Neste contexto, D. Manuel Felício sublinhou que a presença na missão criada pela Liga dos Servos de Jesus, no município da Kilenda, não é para impor a qualquer “mentalidade” mas para “reconhecer o valor e autonomia de raciocínio, de reflexão e a própria capacidade de progresso”.
“Sempre numa atitude de quem não tem as soluções feitas mas quer procurar soluções para o local juntamente com as pessoas que ali se encontram”, acrescentou.
Na visita, entre 07 e 14 deste mês, D. Manuel Felício fez-se acompanhar pela coordenadora geral da Liga dos Servos de Jesus, Maria da Graça Afonso.
A Liga dos Servos de Jesus começou o seu trabalho em Angola com uma comunidade de servas, em agosto de 2008 e, em fevereiro de 2013, abriu uma escola na região angolana de Kilenda, província de Kwanza-Sul.
A Liga dos Servos de Jesus, associação pública de fiéis, foi fundada em 1924 por D. João Oliveira Matos (1879 – 1962), antigo bispo auxiliar da Guarda.
CB