Celebração eucarística e jantar de confraternização juntaram centenas de pessoas, tendo o presidente da Câmara Municipal agradecido pelo «testemunho» e «serviço incansável»
Guarda, 03 fev 2025 (Ecclesia) – A Diocese da Guarda realizou no passado domingo uma homenagem a D. Manuel Felício, evocando 20 anos de episcopado no território, numa iniciativa que reuniu centenas de pessoas.
“Hoje estou aqui também para convosco dar graças pelos 20 anos de Ministério Episcopal na nossa amada Diocese da Guarda, cumpridos no passado dia 16 de janeiro”, afirmou o administrador da Guarda apostólico na homilia da Missa de Apresentação do Senhor, que decorreu na Sé da Guarda, informa a diocese numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
A homenagem foi promovida a pouco mais de um mês da entrada do novo bispo da Guarda, D. José Miguel Pereira, que substitui D. Manuel Felício nesta missão pastoral.
O administrador apostólico lembrou o dia 16 de janeiro de 2005, data em que entrou na Diocese da Guarda, após ter passado pelo Patriarcado de Lisboa como bispo auxiliar, e recordou a presença da mãe naquele momento, revelando ter sido quem lhe ofereceu o anel episcopal.
D. Manuel Felício agradeceu a presença de todos naquele ato de ação de graças e mostrou-se disponível até ao fim para tudo aquilo que for pedido.
Na celebração, manifestou “profunda gratidão aos sacerdotes” porque, “sendo menos, em número, graças à sua generosidade, é possível dar resposta às diferentes situações pastorais”, bem como aos diáconos e “a quantos se entregam generosamente ao exercício dos diferentes ministérios laicais”.
Além disso, agradeceu também às “comunidades religiosas e de vida de especial consagração espalhadas pela Diocese” e aos “serviços diocesanos que constituem, de verdade, os eixos principais do governo da Diocese”.
O administrador apostólico da Guarda recordou os órgãos de aconselhamento como o Conselho Presbiteral, o Conselho Pastoral e Diocesano e o dos Assuntos Económicos, ao Colégio de Consultores, assim como os conselhos pastorais paroquiais e interparoquiais, incluindo os dos respetivos assuntos económicos, que considerou “pedras fundamentais no funcionamento da Diocese”.
D. Manuel Felício sublinhou também a vontade que a “diocese sempre manifestou” na colaboração com as instituições da sociedade civil.
“Estamos cá para conjugar ao máximo os nossos esforços, com vista a criar condições de vida com qualidade a todas as pessoas e quanto possível abrir novas portas de desenvolvimento para as nossas gentes, assim como para os serviços e as instituições de que dependem a suas vidas”, afirmou, dirigindo-se especialmente aos presidentes de Câmara e outros representantes das instituições civis presentes.
Nesta matéria, há um “longo caminho a percorrer”, realçou o administrador apostólico, que acrescentou que chegar a bom porto não depende só dos próprios, mas têm que “saber fazer bem o trabalho de casa”, conjugando o melhor possível as potencialidades que têm.
A Missa foi seguida de um jantar de confraternização, na Quinta de Santo António, no qual o presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, destacou que a chegada de D. Manuel Felício à Guarda “trouxe um novo alento à comunidade, uma nova energia pastoral, e sobretudo uma visão clara sobre a importância da educação e da formação dos nossos sacerdotes e leigos, apontando caminhos novos para a Diocese”.
Segundo o autarca, ao longo de 20 anos, D. Manuel Felício como bispo da Guarda teve uma “profunda preocupação pela pastoral das vocações” sem esquecer a sociedade onde a Igreja “tem um papel fundamental na construção de uma comunidade mais justa, solidária e humana”.
O discurso fez referência ao envolvimento de D. Manuel Felício no diálogo ecuménico e inter-religioso, bem como a atuação na Conferência Episcopal Portuguesa, que “são sinais do seu compromisso com uma Igreja aberta ao mundo, sempre disposta a estabelecer pontes de compreensão e cooperação”.
“Ao longo do seu episcopado, D. Manuel Felício testemunhou uma mudança significativa na realidade do clero da Diocese da Guarda”, evidenciou o presidente da Câmara, lembrando quando o administrador apostólico assumiu funções como bispo coadjutor, em 2004, em que eram “150 os sacerdotes ao serviço da comunidade católica”.
“Hoje, passados 20 anos, esse número reduziu-se para menos de 100”, assinalou.
O autarca destacou ainda que “D. Manuel Felício lutou sempre contra a indiferença dos homens, dos Governos e da sociedade, nesta atual cultura do descarte, onde quem não produz ou consome deixa de ser considerada pessoa de valor”.
Para Sérgio Costa, nestas duas décadas de episcopado na Guarda, a ação de D. Manuel Felício “deixou frutos”, explicando que a “sua preocupação com a formação do clero e dos leigos, com a dinamização das paróquias, com a evangelização e a cultura, com a promoção de valores cristãos na sociedade, permanecerá como um legado que aponta o caminho”.
Agradecendo o “testemunho” e o “serviço incansável”, o presidente da Câmara municipal pediu a recompensa dos homens e Deus “por tudo” o que D. Manuel Felício fez pela “diocese e pelo bem que semeou no coração de tantas pessoas”.
“Que continue a inspirar-nos, com a sua sabedoria e experiência, no caminho que temos pela frente”, concluiu.
Na homenagem marcaram presença também os autarcas de Figueira de Castelo Rodrigo, Trancoso, Pinhel, Gouveia e Sabugal, manifestando apreço e agradecimento pela forma como D. Manuel Felício sempre tratou cada um destes territórios da Diocese da Guarda.
LJ