Guarda: Descobertas pinturas com séculos de história durante obras de restauro na Igreja de Malhada Sorda

«[É] um privilégio ver aquilo que durante séculos e séculos não foi visto» – Presidente da Fundação Família Luzia Esteves Pinheiro

Guarda, 27 mar 2024 (Ecclesia) – As obras na Igreja de Malhada de Sorda, em Almeida (diocese da Guarda), expuseram novas pinturas, com séculos de história, que foram apresentadas na sexta-feira passada pela Fundação Família Luzia Esteves, que está a promover os trabalhos de restauro.

“Foi uma surpresa”, manifestou Maria Conceição Raposo, presidente da Fundação Família Luzia Esteves Pinheiro, em relação à descoberta da pintura de São Bartolomeu, considerando “um privilégio ver aquilo que durante séculos e séculos não foi visto”, informa a Diocese da Guarda.

De acordo com a técnica Joana Pereira, responsável pela ExpoEcclesia, a pintura, que estava escondida pelo retábulo lateral direito, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, remonta ao século XVII.

Também o coordenador do projeto de restauro, Nelson Neves, da empresa de N-Restauros, de Vila Nova de Gaia, considera que as pinturas encontradas nas paredes da Igreja são “um tesouro”.

“Tudo o que aqui está é de boa qualidade, incluindo a técnica e os materiais utilizados”, acrescentou.

A Diocese da Guarda informa que a Igreja tem outras pinturas localizadas na capela-mor, que já eram conhecidas da população, sendo elas exemplares do século XVI onde são representados episódios do Genesis: a criação de Adão e Eva e expulsão de ambos do Paraíso.

Segundo os responsáveis pela obra, estão a ser criadas condições para que as pinturas da capela-mor possam ser visitadas depois da aplicação do retábulo da talha dourada.

“O mesmo não poderá acontecer com a pintura de São Bartolomeu que depois de devidamente documentada, fotografada e registada voltará a ser tapada pelo retábulo do sagrado coração de Jesus cuja qualidade da talha o impõe”, avança a diocese.

A realização de obras no interior e exterior da Igreja de Malhada Sorda, que incluem a recuperação de um muro lateral destruído nas Invasões francesas e a reabilitação da Torre Sineira, está orçada em cerca de dois milhões de euros.

O objetivo é recuperar a Igreja e devolvê-la “à sua originalidade, recuperando o traço que ela teve na sua origem, na construção das suas diferentes fases”.

A inauguração da Igreja depois da restauração está, segundo Maria Conceição Raposo, prevista para junho de 2025, no dia Corpo de Deus.

“A realização das obras na Igreja Matriz de Malhada Sorda “era um sonho das minhas primas (irmãs do Padre José Júlio Pinheiro). Pouparam a vida toda para poder recuperar a Igreja”, adiantou.

LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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