Atual administrador apostólico da diocese tomou posse como bispo coadjutor da Diocese da Guarda a 16 de janeiro de 2005, passando depois a bispo diocesano
Guarda, 16 jan 2025 (Ecclesia) – D. Manuel Felício, administrador apostólico da Diocese da Guarda, completa hoje 20 anos ao serviço da diocese, um percurso marcado pela dedicação à missão que lhe foi confiada.
A 21 de dezembro de 2004, o Papa João Paulo II nomeava D. Manuel Felício como bispo coadjutor da Diocese da Guarda, que tomou posse a 16 de janeiro de 2005, passando no dia 1 de dezembro do mesmo ano a bispo diocesano, por aceitação da renúncia de D. António dos Santos.
“Rapidamente se apresentou na Guarda, com a prontidão e entusiasmo para abraçar uma nova missão, como é seu timbre”, lembra o bispo eleito da Guarda, numa mensagem partilhada pela Diocese da Guarda.
Segundo D. José Miguel Pereira, D. Manuel Felício não só não perdeu estes traços ao longo de 20 anos, “como até os alimentou durante o ministério entre as gentes da Guarda, tal como o atesta a liberdade interior e a fortaleza de ânimo com que, como é público, desde há já cinco anos tem alimentado o desejo, e insistido, em abraçar ainda uma outra missão fora da diocese”.
Para o novo bispo, “só um coração sustentado assim na caridade pastoral do Senhor está pronto para começar nova missão exigente quando as circunstâncias o poderiam convidar a retirar-se e a descansar”.
D. José Miguel Pereira ressalta ainda “a alegria genuína que transparece na vida, palavra e atitudes de D. Manuel Felício”.
“Nestes poucos dias em que nos temos encontrado pontualmente, pude testemunhar em Dom Manuel alguém alegre na fé, consciente das coisas mais difíceis que não correram tão bem, mas alicerçado na esperança de quem sente ter procurado o que lhe parecia ser o melhor segundo Deus e deixa na mãos do Senhor os frutos que ainda virão a amadurecer”, afirmou.
Nascido a 6 de novembro de 1947, em Daire, Viseu, D. Manuel Felício frequentou os seminários de Fornos de Algodres e Viseu entre 1960 e 1968 e o Seminário de Cristo-Rei dos Olivais.
A ordenação sacerdotal aconteceu a 21 de outubro de 1973, na Igreja Matriz de Mangualde, na Diocese de Viseu, e nesse mesmo ano até 1988 integrou a equipa sacerdotal da paróquia de Mangualde. Depois, empenhou grande parte do tempo na vida académica, tendo-se licenciado em Teologia, em 1975, pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, com a tese “A Infalibilidade da Igreja ‘in credendo’ na “Lumen Gentium”. D. Manuel Felício trabalhou também no diálogo ecuménico e inter-religioso na Conferência Episcopal Portuguesa. Foi secretário da Comissão Episcopal da Doutrina da Fé desde 1990, vice-reitor do Seminário Maior de Viseu até 2001, professor no polo de Viseu da UCP e também professor auxiliar da Faculdade de Letras desta mesma universidade, onde é membro efetivo do Conselho Científico. D. Manuel Felício desempenhou o cargo de coordenador do processo da extensão em Viseu do Instituto Universitário de Ciências Religiosas, sediado em Lisboa, e responsável do processo de filiação do Seminário Maior de Viseu na Faculdade de Teologia de Lisboa da Universidade Católica Portuguesa, entre 1992 e 1995. Dois anos depois tornou-se diretor do Instituto Superior de Teologia das dioceses da Guarda, Lamego e Viseu, que assumiu até 2001. Entre os trabalhos publicados, contam-se “Ecumenismo. In Historia Religiosa de Portugal: Dicionário Temático” (2000), “Universidade Católica Portuguesa – Projecto com Identidade. Para uma leitura crítica dos seus estatutos” (1998), “Diálogo Ecuménico em Portugal. Elementos para a sua história” (1997), e “Para um Modelo Cristão de Desenvolvimento” (1992). Em outubro de 2002, o Papa João Paulo II é nomeado bispo auxiliar de Lisboa, acompanhando no Patriarcado as Vigararias do Oeste e animado o diálogo inter-religioso. Ao serviço da Diocese da Guarda, D. Manuel Felício ocupou o cargo de bispo coadjutor e, depois, bispo diocesano. No dia 20 de Dezembro de 2024, o Papa Francisco nomeia o cónego José Miguel Barata Pereira como bispo da Guarda, aceitando a renúncia de D. Manuel Felício que completou 75 anos em 2022. |
LJ/OC