Guarda: Cáritas trabalha em rede para responder a conjuntura social de «pressão constante»

Todos os dias surgem pelo menos «8 a 10 casos novos» para resolver, adianta a presidente Emília Andrade

Guarda, 08 mar 2012 (Ecclesia) – A Cáritas Diocesana da Guarda está a apostar no trabalho em rede, com diferentes organismos sociais, para corresponder a todas as carências que afetam atualmente a região.

Em entrevista à ECCLESIA, a presidente Emília Andrade descreve o território egitaniense como uma região onde “não se vê a economia a crescer”, onde escasseiam os “novos investimentos” e as oportunidades de emprego que vão surgindo “são coisas muito minúsculas”, baseadas em “autoemprego” e “pequenas empresas familiares”.

Até “aquilo que era fácil, para os jovens, arranjar trabalho em regime parcial, hoje é muito complicado”, aponta aquela responsável.

O tecido industrial e comercial não consegue dar alternativas de vida às pessoas que ali residem, uma situação que tem vindo a ser agravada pela “crise da construção civil”.

Neste cenário de “pressão constante”, onde cada dia surgem pelo menos “8 a 10 casos novos” para resolver, a Cáritas local está a trabalhar em conjunto com as suas diversas delegações paroquiais, nos pequenos e grandes centros, e com outras instituições de caráter social.

Entre elas, contam-se o Banco Alimentar da Cova da Beira e o Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados.

Algumas das Cáritas paroquiais “têm também lojas sociais ou roupeiros” e “há zonas que estão cobertas por outras organizações ligadas à Igreja”, explica Emília Andrade.

O acompanhamento das comunidades migrantes que se encontram na Guarda a trabalhar ou a estudar tem sido uma constante.

No que diz respeito aos jovens que ali frequentam o ensino superior ou técnico-profissional, a Cáritas tem tido conhecimento de “situações muito graves”.

“Agora até estamos a acompanhar seis jovens grávidas e é muito complicado, vamos procurando encontrar respostas diferenciadas, de acordo com as situações”, sustenta a presidente da organização católica.

Desde o início de janeiro, a Cáritas da Guarda está também a trabalhar no Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações.

“Na forja” está o lançamento de um seminário dedicado a esta matéria mas o objetivo principal é envolver toda a rede social do município na procura de soluções que possam combater a solidão dos mais velhos.

Integrado no programa da sua Semana Nacional, que se vai prolongar até dia 11 de março, a Cáritas Portuguesa iniciou hoje um peditório de rua com cerca de 2500 voluntários espalhados pelo país.

A análise à realidade das diversas Cáritas diocesanas vai estar em destaque na próxima emissão dominical do programa Ecclesia na Antena 1, a partir das 06h00.

PRE/JCP

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