D. Manuel Felício pede sobriedade numa quadra que volta a ser vivida em «situação de crise»
Guarda, 16 dez 2011 (Ecclesia) – O bispo da Guarda lembrou na sua mensagem de Natal o “sofrimento acrescido para muitas pessoas e famílias” nesta quadra, destacando que a festa deste ano é novamente marcada por uma “situação de crise”.
D. Manuel Felício escreve que “as pessoas sofrem e aumentam os casos de pobreza, sendo, com frequência pobreza envergonhada”.
“Diminuem os ordenados, cresce o número dos que perdem emprego, aumentam os impostos e taxas para níveis muito desconfortáveis, pondo em causa a própria sustentabilidade económica da sociedade; o poder de compra desce todos os dias, ainda que, em geral, de forma silenciosa”, assinala o prelado, num documento hoje enviado à Agência ECCLESIA.
Para D. Manuel Felício, os recursos materiais são “suficientes” para os 7 mil milhões de habitantes mundiais, mas não podem chegar para “manter hábitos de consumo material desajustados à realidade, quer das necessidades verdadeiras das pessoas quer da disponibilidade dos bens criados”.
“Que a valorização das famílias, a sobriedade no consumo, a solidariedade dirigida à situação de cada um, na proximidade e atenção diárias sejam parte essencial da mudança de paradigma da nossa vida em sociedade tão apregoada nos atuais tempos de crise”, apela.
A mensagem natalícia apresenta o exemplo da vida de Jesus, que “aceitou passar pelo sofrimento e pela rejeição social, desde o primeiro momento da sua entrada na história, porque não houve para ele lugar nas casas nem nas hospedarias, partilhando, assim, a sorte dos excluídos”.
O Natal, acrescenta o documento, “é também festa da família”, exigindo “novas atitudes da sociedade e das leis que a regulam para com a instituição familiar”.
Neste contexto, o bispo da Guarda pede que as famílias assentem “no amor e na fidelidade sem condições entre os esposos”, onde os filhos se sintam “sempre bem acolhidos, amados e valorizados” e os idosos “em casa”.
D. Manuel Felício critica, por outro lado, “hábitos instalados de desprezo pela realidade da família, que só podem gerar sofrimento das pessoas e cada vez mais exclusão social”.
OC