D. Manuel Felício aborda desafios que se colocam às comunidades católicas
Guarda, 01 jun 2015 (Ecclesia) – O bispo da Guarda explicou que estão “empenhados” na renovação das “comunidades e mentalidades” à luz do Concílio Vaticano II e na homilia programática, no Dia da Igreja Diocesana, destacou aspetos que “ainda não” foram devidamente assumidos.
“Nós temos de ser um povo, uma comunhão de ministérios ao serviço da comunhão de fiéis. Nós temos de ser uma Igreja onde a alegria de participar na vida da comunidade está conseguida e as pessoas de facto participam, não recebem apenas mas dão, têm uma participação ativa”, assinalou D. Manuel Felício à Agência ECCLESIA.
O prelado revelou que vão “valorizar e aprofundar” instrumentos de participação que querem “operacionalizar” com o programa a quatro anos, de “revisão de vida das comunidades”, para que em 2017 definam linhas de orientação para o futuro da diocese, numa “grande assembleia de representantes”.
“Procuramos que as nossas comunidades perante um conjunto de questões que são colocadas, baseadas no Concílio Vaticano II, possam ajudar-nos a descobrir os caminhos de renovação que precisamos”, explicou este sábado.
Segundo comentou, a Diocese da Guarda tem feito uma caminhada através dos documentos da Igreja: Em 2015/2016 vão “rever as celebrações litúrgicas” com a Constituição conciliar ‘Sacrosanctum Concilium’; este ano pastoral tiveram presente a Constituição dogmática ‘Dei Verbum’, e com a ‘Lumen Gentium’ já refletiram sobre que Igreja querem ser.
D. Manuel Felício está há mais de 10 anos na diocese e com a redução de 180 sacerdotes para 140 padres adianta que a “reorganização das comunidades é permanente” e com “preocupações concretas” no horizonte o “esforço” é ajudar as comunidades a perceberem que “sem uma rede de comunhão” nenhuma pode cumprir a sua missão.
“O conjunto de paróquias confiadas a cada pároco hão de progredir com o mesmo programa, a partilha de meios materiais e humanos e ministérios para que possamos ir avançando na reorganização da diocese tendo em conta a redução do número de residentes mas também de sacerdotes”, desenvolveu sobre o que no futuro vão ser as Unidades Pastorais.
O Dia da Igreja Diocesana contou com momentos de oração, ‘Espaços de Evangelização’, uma ‘Feira Vocacional’, com “alguns” dos 28 Institutos de Vida Consagrada na diocese; a celebração da Eucaristia e música com um concerto de encerramento da Banda Jota.
Neste contexto, sobre o desafio do Papa Francisco da Igreja ter novas linguagens se quer uma nova Evangelização o bispo da Guarda contextualiza que “não é um novo Evangelho” mas apresentar “coisas de sempre com linguagem, métodos e entusiasmo novo”.
D. Manuel Felício exemplificou este desafio com os ambientes que foram “completamente preenchidos” pela mensagem evangélica e hoje “estão a escapar”.
“Temos de vestir a linguagem que as pessoas entendem não para modificar o Evangelho mas para a fazermos chegar, atentos às realidade humanas e sociais que temos à nossa volta”, frisou, destacando a necessidade de “pregar” o que é importante no Evangelho mas “necessário na vida” das pessoas.
Um exemplo dessa linguagem atualizada é a Banda Jota que traduziu a mensagem evangélica em “linguagem rock, musical e ritmo” que é o que os “jovens mais consomem”, analisou o prelado.
A Diocese da Guarda vai receber a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, de 27 de setembro a 11 de outubro, numa iniciativa que D. Manuel Felício antecipa como um “grande acontecimento”, revelando que está a ser “pensado um programa” para cada um dos 15 arciprestados.
JCP/CB