Guarda: Bispo ordena diácono Ricardo Bernardes, apresentando serviço «como vocação de vida»

D. José Miguel Pereira presidiu a ordenação diaconal, na Sé da Guarda, tendo abordado o diaconado também como «um sacramento» e «uma vocação ministerial» 

Foto: Diocese da Guarda

Guarda, 24 jun 2025 (Ecclesia) – O bispo da Guarda presidiu este domingo, na sé da cidade, à ordenação diaconal de Ricardo Bernardes, apresentando, em primeiro lugar, o diaconado como uma “vocação de vida”, que “concretiza um modo de viver o discipulado de Jesus”.

“A primeira aproximação ao diaconado não deve ser aquilo que o distingue, mas a consciência de que ele será para quem o recebe a modalidade de viver aquilo que tem de comum com todos: ser povo de Deus, ser discípulo missionário, ser comunhão, caminhar como corpo”, afirmou D. José Miguel Pereira, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo da Guarda referiu-se também ao serviço de diácono como “um sacramento”: “é uma manifestação, aqui e agora, do mistério do amor de Deus revelado em Jesus Cristo”.

“Ele não aponta para o ministro, mas convoca a olhar para o Senhor, a reconhecer a misericórdia d’Aquele que Se deixou trespassar por nós e transformou essa rejeição em ‘nascente para a casa de David e para os habitantes de Jerusalém, a fim de lavar o pecado e a impureza’”, salientou.

Segundo D. José Miguel Pereira, aqui está a raiz da consagração diaconal, isto é, “tornar-se sinal e instrumento desta misericórdia de Deus que se deixa trespassar para comunicar a Vida nova que vem por Cristo”.

Em terceiro lugar, o responsável católico abordou o diaconado como uma “vocação ministerial”, assinalando, que neste contexto, o “ponto de partida é as necessidades do Reino de Deus e não a realização ou felicidade pessoal”.

“Por isso não está apto para abraçar este ministério quem ainda não escolheu querer perder a vida, querer renunciar a qualquer projeto pessoal, ou de poder, e ainda procura no diaconado uma autorrealização ou um instrumento de transformação histórica das relações sociais”, evidenciou.

De acordo com o bispo da Guarda, “não se é diácono porque se gosta ou quer muito, mas porque o Reino de Deus precisa, a Igreja chama em nome de Deus e o candidato ganhou liberdade para aceitar ser o que e como Deus quiser”.

No final da homilia, o bispo da Guarda dirigiu umas palavras a Ricardo Bernardes, natural de Elói Mendes, no estado brasileiro de Minas Gerais, lembrando-o que seria ungido pelo Espírito Santo para receber “um espírito de piedade e súplica”.

“A primeira dimensão recorda-te que a tua condição de diácono estará para sempre enraizada na tua condição de filho. A segunda lembra-te que não é diácono para ti mesmo mas para intercederes em favor do povo de Deus”, assinalou.

“Rezamos por ti. E por que outros não levantem obstáculos mas se entreguem com confiança e grandeza de coração, ao experimentarem o apelo para acolherem este ministério diaconal, tanto na condição de permanente, como na condição de início do futuro ministério sacerdotal”, concluiu.

O novo diácono afirmou, em declarações ao jornal A Guarda, que, “neste caminho tão desafiante e ao mesmo tempo tão encantador, que é o chamamento de Jesus”, renova “a cada dia o desejo e a boa disposição em estar a serviço da Igreja e da missão”.

Ricardo Bernardes chegou a Portugal em 2019, por intermédio do bispo D. Diamantino Prata de Carvalho, filho de Manteigas e que foi bispo da Diocese da Campanha, a sua diocese de origem, em Minas Gerais; Frequentou o Seminário Maior Interdiocesano de S. José, em Braga, e deu conta que, em Portugal, tem como terra adotiva a Vila de Manteigas, no coração da Serra da Estrela.

LJ/OC

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