Guarda: Bispo lembrou comunidades cristãs da Terra Santa e «todas as vítimas» de injustiças

D. José Miguel Pereira apresentou «possibilidades de perdição» e como é que Jesus salva

Foto Jornal a Guarda

Guarda, 18 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo da Guarda lembrou hoje “todas as vítimas da prepotência e da injustiça, da fome e da guerra, das tiranias e da exploração”, sem esquecer os efeitos do terrorismo e da guerra “na Terra onde Jesus viveu”.

“Tenho presente todas as vítimas da prepotência e da injustiça, da fome e da guerra, das tiranias e da exploração, das desigualdades de oportunidades e das ideologias sem humanismo, das violações dos direitos humanos e das perseguições religiosas” –  D. José Miguel Pereira

O bispo da Guarda, na homilia da celebração de Sexta-feira Santa, disse que trazia “ao coração de forma ainda mais viva” todos os que sofrem os efeitos do terrorismo e da guerra “na Terra onde Jesus viveu toda a sua vida e os acontecimentos da Paixão”.

“E também as comunidades cristãs da Terra Santa que a muito custo mantêm aí presente a Igreja de Jesus e cuidam dos Lugares Santos. Na oferta que daqui a pouco recolheremos em seu favor, esse gesto de partilha possa ser expressão da nossa adoração e gratidão para com o mistério da Cruz do Senhor”, acrescentou na reflexão enviada à Agência ECCLESIA.

Na homilia proferida na Sé da Guarda, D. José Miguel Pereira começou por explicar que Jesus entrega-se à Paixão e à morte “para que nenhum se perca, nem um homem ou mulher fiquem sem acesso à salvação, à vida em Deus”, e destacou cinco “possibilidades” de perdição a partir das leituras escutadas.

“A instrumentalização da pessoa despojando-a da sua dignidade inviolável e sagrada é caminho que nos perde. Aprisiona-nos numa visão utilitarista e alimenta uma cultura de exploração, de abuso e de descarte. É preciso quebrar essa cadeia. É preciso abrir outro caminho”, explicou.

O bispo diocesano alertou também para “a  ilusão de que a verdade é uma construção circunstancial, relativa”, produto sociocultural transitório, sem qualquer dimensão transcendente que “convoque a uma procura humilde”.

No sentido inverso, D. José Miguel Pereira apresentou três formas de como “Jesus salva”, a começar por abraçar cada um na sua “condição e situações”.

“Jesus irmana-se connosco, não só para ser nosso companheiro, mas para suportar as nossas enfermidades e tomar sobre Si as nossa dores; para fazer cair sobre Si o peso que nos condenava e tornar-nos possível caminhar adiante”, acrescentou.

O bispo da Guarda, sobre a segunda forma como Jesus salva, salientou que “Jesus inaugura uma possibilidade nova” ao oferecer relação, “não aos impecáveis mas aos redimidos, não aos imaculados mas aos perdoados”.

Em terceiro lugar, referiu D. José Miguel Pereira, Jesus entrega “o seu Espírito nas mãos do Pai depois de ter entregado aos discípulos a sua Mãe”.

“Trespassado pela lança do soldado, jorra do seu lado sangue e água, fonte dos sacramentos dos quais nasceu a Igreja nossa Mãe; a Igreja não é uma mera associação dos amigos de Jesus. É antes o lugar e o instrumento escolhido para que o Espírito estenda no tempo e no espaço, a todos, a salvação”, desenvolveu o responsável diocesano na Sé da Guarda.

CB

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