Guarda: Bispo convidou finalistas da Universidade da Beira Interior a cultivar «talento da espiritualidade»

«Aqueles que viestes e quiserdes ficar, a cidade da Covilhã, o distrito de Castelo Branco e a Igreja da Guarda esperam muito de vós» – D. José Pereira

Foto: Município da Covilhã

Covilhã, 19 mai 2025 (Ecclesia) – O bispo da Guarda presidiu à bênção dos estudantes finalistas da Universidade da Beira Interior (UBI), afirmou que esta região conta com eles, numa reflexão a partir da Parábola dos Talentos, este sábado, na Covilhã.

“A espiritualidade não é um exclusivo de quem acredita em Deus. É um talento semeado no coração de cada homem e de cada mulher para que o desenvolva, cabe a cada um encontrar os meios para o desenvolver”, disse D. José Pereira, no estádio municipal da Covilhã.

Na ‘Reflexão Episcopal’ enviada hoje à Agência ECCLESIA, a Diocese da Guarda informa que o bispo diocesano, inspirado na ‘Parábola dos Talentos’, explicou na celebração da Bênção das Pastas que cada pessoa traz em si sementes de dons que não podem ser desperdiçados.

A primeira palavra que partilho convosco é: cultivai o talento da espiritualidade que está semeado no teu coração; tenhas ou não tenhas fé, mas tu é mais, muito mais, do que apenas as tuas conquistas imediatas ou a satisfação das tuas necessidades. Elas são básicas, mas és mais do que isso.”

D. José Pereira explicou aos finalistas da Universidade da Beira Interior que a oportunidade de estudar no Ensino Superior, de “cultivar o saber na universidade”, foi um talento que lhe foi dado, quando “nem todos” os contemporâneos destes finalistas “tiveram, receberam, essa possibilidade”, por isso, devem perguntar o que vão fazer com ele: “Foi apenas um tempo bom, que aconteceu durante 3 anos, 5 anos, seis anos, que agora fica no bau das memórias ou é um talento para continuares a desenvolver”.

Aqueles que de vós ides ser licenciados, ides receber a licença para continuar a aprender, não é para serem mestres. Os que são mestres não é para serem sabões: Sabem o que é um sabão? É um que tem a mania que sabe muito; o verdadeiro sábio, a verdadeira sábia, é aquele que reconhece que quanto mais sabe muito mais se abre para saber.”

Foto: Universidade da Beira Interior (UBI)

O bispo da Guarda incentivou os finalistas da UBI a continuarem o caminho da procura da “sabedoria da vida, do bom sabor da vida”, porque a sabedoria “é também uma questão do coração e do sabor”: “A sabedoria é o bom sabor das coisas pequenas, que abrem para as coisas grandes.”

Na homilia, D. José Pereira destacou também os talentos comuns que foram confiados por meio do seu curso, como na área da saúde, onde evocou o geneticista (cientista) Francis Collins, autor de ‘A Linguagem de Deus’, e pediu para serem “profundamente humanos: vós sois cuidadores”.

Aos finalistas de Engenharia, D. José Pereira indicou que o talento que lhes foi confiado “deve ser aplicado com critérios éticos, para fazer bem”, as Ciências Sociais e Humanas têm a missão de humanizar um mundo cada vez mais tecnológico, as áreas da Economia, História, Sociologia e Psicologia têm o poder de despertar uma humanidade mais fraterna, ou de reforçar individualismos, enquanto às artes e às letras apelou à elevação da alma.

“Aqueles que viestes e quiserdes ficar, a cidade da Covilhã, o distrito de Castelo Branco e a Igreja da Guarda esperam muito de vós”, afirmou o responsável diocesano, que pediu aos estudantes universitários finalistas que vão partir que permitam que Jesus seja “companheiro de viagem”, não como referência “meramente religiosa, mas como aquele que ajuda a encontrar os caminhos onde se multiplica os talentos”.

A Diocese da Guarda informa, na sua página na internet, que a celebração da bênção dos Finalistas da Universidade da Beira Interior reuniu finalistas, familiares, docentes, representantes da academia e autoridades civis.

CB/OC

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