Guarda: Bispo apresenta plano pastoral 2025/2026 marcado pela sinodalidade

Ao longo do ano vão reunir-se grupos e assembleias sinodais, a diferentes níveis de pertença e vivência eclesial

Foto: Diocese da Guarda

Guarda, 23 out 2025 (Ecclesia) – O bispo da Guarda apresentou, esta quarta-feira, no espaço ExpoEcclesia, o plano pastoral para o ano 2025/2026, que assenta na sinodalidade e corresponsabilidade de todos os diocesanos.

“Queremos fazer um Ano de escuta e discernimento, aplicando o método da ‘conversação no Espírito’, em ordem a identificarmos a Igreja que somos hoje, as suas forças e qualidades, as implementações que surtiram efeito, as suas fraquezas e bloqueios, os desafios que se levantam e as mudanças que ainda urgem fazer”, afirmou D. José Pereira, informa a Diocese da Guarda.

O novo ano pastoral acontece num momento particular da vida diocesana, quando se passaram oito anos da Assembleia Diocesana de 2017, seis anos do trabalho da Comissão Diocesana para a reorganização da diocese, apresentado em 2019, e um ano do processo sinodal em torno do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade e do documento final agora em fase de implementação.

A juntar a tudo isto, o bispo da Guarda assinala seis meses da chegada à diocese, período em que deu os primeiros passos na escuta e no conhecimento da realidade.

Ao longo do ano, D. José Pereira adianta que vão ser reunidos reunir grupos e assembleias sinodais, a diferentes níveis de pertença e vivência eclesial.

Desde agora até ao final de novembro, vai viver-se uma fase de mobilização dos principais agentes de pastoral (sacerdotes, diáconos, religiosos, leigos responsáveis de grupos, movimentos, associações e comissões) para os integrarem.

No dia 30 de novembro, realizar-se-á uma vigília de oração dirigida a toda a diocese e especialmente a estes facilitadores para lançar o caminho anual e a etapa de reuniões dos grupos de proximidade”, assinala o bispo diocesano.

Foto: Diocese da Guarda

Entre dezembro e fevereiro, os grupos vão encontrar-se em três momentos: um 1º para uma leitura da Igreja diocesana atual, com os seus pontos fortes e fragilidades; um 2º para a identificação de propostas e concretizações rumo a uma Igreja sinodal e corresponsável, nos âmbitos da comunhão, do governo e organização, e da formação; e um 3º para a identificação de propostas e concretizações visando uma Igreja evangelizadora e missionária.

O mês de março será dedicado à recolha dos resultados do trabalho dos grupos de proximidade e preparação do documento de trabalho das assembleias diocesanas.

O plano pastoral prevê, entre abril e maio, duas assembleias diocesanas, sendo que a primeira delas (18 de abril) terá o tema “Para uma Igreja sinodal e corresponsável” e a segunda debruça-se sobre o mote “Para uma Igreja evangelizadora e missionária”.

Também o mês de maio inclui a realização da primeira edição do ADRO – Assembleia Diocesana “Reunir e Ouvir”, uma iniciativa aberta a pessoas e instituições, tanto eclesiais como da sociedade civil, que habitualmente não participam nos processos de consulta da Igreja.

Foto: Diocese da Guarda

A par do processo sinodal, o bispo da Guarda identificou desafios prioritários já identificados, que terão acompanhamento específico, entre eles o cultivo da espiritualidade na vida de todos, leigos, consagrados e clero; o cuidado da liturgia da reforma do Concílio Vaticano II, sem ligeireza, nem formalismo, nem paganismo.

Fazem parte também deste conjunto a “conversão dos processos e estruturas e participação alargada com sentido de Igreja” e o “cuidado das vocações no aprofundamento de uma fé, ela mesma, vocacional”.

O bispo da Guarda assinalou a necessidade de olhar para o Seminário, agora com estatutos mas sem dimensão para funcionar e distante do coração das comunidades, e manifestou preocupação para a mobilização em torno do pré-seminário, numa fase de renovação.

As vocações femininas e de consagração ao serviço da diocese e o perfil dos candidatos ao diaconado permanente, para o serviço da caridade e da administração, e não de substituição dos padres, são pontos que D. José Pereira também assinala a preocupação de dar atenção.

“Temos de acompanhar os namorados, os noivos, os recém-casados, os casais, as famílias, os que estão em crise, os que se separaram, os que refizeram uniões, os viúvos e sós. Temos de olhar para a nossa Liga dos Servos de Jesus, nos seus ramos interno e externo, e encontrar os modos de fidelidade ao carisma nos tempos de hoje”, referiu.

“Temos de cuidar do nosso Guard’África, em processo de reativação, preparando jovens para experiências missionárias na nossa casa na Quilenda, Sumbe, Angola. Estas e outras atenções, muitas delas que surgirão das assembleias e caminho sinodais que viveremos, ocupar-nos-ão no próximo ano e alimentarão o programa pastoral que elaboraremos para os anos posteriores”, concluiu.

O percurso chega ao fim em setembro de 2026 com uma última assembleia diocesana que aprovará um documento com a priorização das propostas a implementar e que virão a integrar o futuro Plano Pastoral Diocesano que será então elaborado.

LJ/OC

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