Mensagem de Natal de D. Manuel Felício lamenta situação atual de muitas famílias e o número crescente dos que «não têm os bens essenciais para sobreviver»
Guarda, 14 dez 2012 (Ecclesia) – O bispo da Diocese da Guarda pediu hoje, na sua mensagem de Natal, às comunidades cristãs que coloquem em prática a “lição do presépio”, em matéria de solidariedade, neste tempo de “profunda crise”.
Com o título «E Deus fez-se o próximo mais próximo de nós», o texto de D. Manuel Felício lamenta a situação atual de muitas famílias e o número crescente dos que “não têm os bens essenciais para sobreviver, como sejam a comida e o vestuário”.
O prelado sublinha que não se pode “esperar do governo e da administração pública” aquilo que “foi prometido” e adianta: “Pelo contrário, temos a clara noção de que nos vão pedir cada vez mais sacrifícios para pagar dívidas que nós não contraímos, embora estejamos conscientes do princípio geral de que quem herda ativos também tem de aceitar herdar os passivos”.
Apresentada no Paço Episcopal da Guarda, a mensagem natalícia do prelado revela também que continua a “haver empresas que atravessam sérias dificuldades para manterem os postos de trabalho que criaram” e o desânimo está atingir “grande número de pessoas que se veem fora do acesso aos bens essenciais e também à margem da sociedade, porque sem emprego”.
“Felizmente que a solidariedade na partilha de bens essenciais com aqueles que não têm o necessário continua e reforçada”, acentua o bispo.
Na quadra natalícia, D. Manuel Felício quer mostrar a presença solidária, “no espírito da caridade cristã”, fortalecendo “as redes de proximidade” que já existem e “criando outras onde for necessário”.
Através da campanha natalícia da Cáritas, ‘10 milhões de estrelas‘, o bispo da Guarda pretende fortalecer “a proximidade com os que mais precisam”.
À sociedade civil, o prelado realça que pretende levar a mensagem natalícia de que as “redes de proximidade e atendimento personalizado dos indivíduos e das famílias são o caminho para construir verdadeiro bem-estar para todos”.
Num aditamento à mensagem de Natal, D. Manuel Felício referiu-se à investigação que, desde quarta-feira da última semana, o tribunal civil está a fazer ao Seminário Menor do Fundão, anunciando que “como recomenda a mais elementar cidadania responsável”, fará “silêncio durante a investigação” e cumprirá “escrupulosamente as determinações do tribunal” e “tudo o que determina o Código de Direito Canónico” sobre as suspeitas de abusos sexuais que recaem sobre o vice-reitor da instituição.
LFS/OC
(Notícia atualizada às 17h24)