«Greenberg»: do Indielisboa ao circuito comercial

Numa das diversas salas de abertura do Indielisboa, “Greenberg” foi um dos filmes escolhidos para dar início a mais uma edição. Agora, o filme está a postos para estrear nas salas de cinema.

Passaram já quatro anos desde que vimos o último filme do realizador Noah Baumbach correr em Portugal, “A Lula e a Baleia”.

Neste, ficámos a conhecer, não só o lado realizador do multifacetado actor de “Um Peixe Fora de Água “ (“The Life Acquatic with Steve Zissou”, 2004), como a sua extraordinária sensibilidade para nos conduzir num retrato de família na Nova Iorque dos anos 80. A forma equilibrada como o argumento explora, nos seus detalhes mais dramáticos e humorísticos, a mudança de idade de Frank, o conflito, as dores, as alegrias, sonhos e desilusões próprios da entrada na adolescência, num contexto da falência de um casamento e profundas transformações familiares, deram motivos suficientes para a candidatura do filme a vários prémios de prestígio, incluindo o prestigiado Sundance (onde se exibem e se apostam os melhores filmes independentes) onde ganhou o de Melhor Realização e, claro, os Oscars.

É então com este belo filme ainda bem presente, apesar do tempo, que “Greenberg” nos devolve o olhar simultaneamente irónico e sensível de Baumbach. As relações permanecem a sua pedra de toque, mas desta vez exploradas na história de um homem desencantado do nosso tempo, com o comediante Ben Stiller a vestir-lhe impecavelmente a pele. Greenberg é o apelido de Roger, um nova-iorquino desempregado e quezilento que vive algures entre a crise existencial e uma enorme indolência e aceita partir para Los Angeles com o objectivo de tomar conta da casa do seu irmão mais novo e, já agora, ter onde dormir sem pagar. Deixando-se arrastar pelos dias, como de costume, Roger conhece Florence, uma aspirante a cantora igualmente perdida no tempo e alguma coisa promete mudar na vida de ambos…

Margarida Ataíde

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Agência ECCLESIA

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