Anabela Borba, presidente da Cáritas local, espera empenho concreto da Igreja
Nos últimos meses, na Ilha Terceira (Açores) a gravidade da crise tornou-se mais visível. “O desemprego está a aumentar bastante com o encerramento de empresas e o problema dos repatriados está mais visível”, lamenta Anabela Borba, presidente da Cáritas dos Açores.
O problema social “é grave e vai agravar-se mais”, sublinha em declarações à Agência ECCLESIA.
Não querendo desprezar outros campos da pastoral, a Igreja deve “estar activa e muito presente nas situações concretas dos homens de hoje e, sobretudo daqueles que passam mais dificuldades”.
O número de atendimentos feitos pela Cáritas dos Açores aumentou com os problemas actuais. Para que estes possam ser solucionados, Anabela Borba pede aos cristãos empenho e “que haja algum organismo na paróquia” onde possam colocar o seu problema.
Recentemente, a organização católica promoveu um encontro de agentes sociais para perceber o que “cada paróquia tem activo e faz”. A corresponsabilidade social deve “ser de todos”.
A Pastoral Social nos Açores atrai pouco as pessoas porque a “Igreja está acomodada” e a “sociedade muito viciada na subsidiodependência”, lamenta Anabela Borba.
“A falta de compromisso é evidente”, realça a presidente da Cáritas dos Açores. E acrescenta: “os padres devem mobilizar os cristãos, ensinar Doutrina Social da Igreja e despertar essa chama nos cristãos”.
A Cáritas dos Açores foi fundada em 1956, com sede em Angra do Heroísmo e delegações em Ponta Delgada e Horta.