Gondomar: Solidariedade no amor «é mais forte do que a morte», afirmou o bispo do Porto no funeral de Diogo Jota e de André Silva

D. Manuel Linda lembrou «pessoas extraordinárias, sérias e responsáveis»

Foto: LUSA/EPA/Manuel Fernando Araújo

Gondomar, 05 jul 2025 (Ecclesia) – O bispo do Porto afirmou hoje a “solidariedade no amor que é mais forte do que a morte”, no funeral de Diogo Jota e André Silva, na homilia que começou por dirigir aos filhos do futebolista internacional, em Gondomar.

“Não há palavras, mas há sentimentos. Nós estamos aqui, além do mais, para vos dizer que também sofremos muito com este acontecimento. E que queremos retirar um pouco da vossa dor. Por isso, estamos afetivamente convosco”, disse D. Manuel Linda, na homilia publicada na página da Diocese do Porto na internet.

O funeral dos irmãos Diogo Jota e André Silva, jogadores de futebol que morreram esta quinta-feira, 3 de julho, realizou-se na manhã deste sábado, dia 5, na igreja matriz de Gondomar.

O bispo do Porto, que falou para Dinis, Duarte e Mafalda, os filhos de Diogo Jota, explicou que estavam ali por duas razões: “por uma solidariedade no amor, mais forte do que a morte”.

“Mas também para que a nossa fé em Deus obtenha d’Ele a tal vida nova e bela para estes dois defuntos e que também nós não nos afundemos no desânimo e na completa negrura da noite. Que tenhamos fé e esperança”, indicou.

“É que Jesus garante-nos que Ele mesmo é a ressurreição e a vida nova. E que aqueles que creem, mesmo sujeitos à morte corporal, não estarão sujeitos à morte eterna, porque a sua comunhão de vida com Cristo nunca será quebrada nem destruída”, acrescentou.

D. Manuel Linda explicou que essa “comunhão de vida” se faz “pelo batismo e pelas boas obras”, e assinalou que Diogo Jota “foi batizado logo quase dois meses depois de nascer”, e “casou catolicamente na igreja de Nossa Senhora da Lapa, no Porto, onze dias antes de falecer”, enquanto André Silva, foi batizado “precisamente um mês depois do nascimento”, e crismado, na Sé do Porto, em 2017.

“​Quanto às boas obras, ambos subiram na vida pelo seu esforço. Não olharam a sacrifícios para atingirem os seus objetivos. O vosso tio André, por exemplo, conciliou os treinos com uma Licenciatura em Gestão. Foram pessoas abnegadas. Mas respeitando sempre o semelhante”, disse o bispo a Dinis, Duarte e Mafalda, que na sua reflexão lembrou também Rute Cardoso, esposa de Diogo Jota, e os pais dos jogadores, “os avós, a D. Isabel e o senhor Joaquim”.

“Quer um quer o outro se podem classificar como pessoas discretas e tranquilas fora do campo, dedicadas aos outros e com grande capacidade de trabalho. Por isso, pessoas extraordinárias, sérias e responsáveis. E de fé, como já tinha dito.”

Foto: LUSA/EPA/Estela Silva

Com 28 anos, Diogo Jota, internacional português de futebol jogava na Seleção A e no Liverpool ( com número 20), o seu irmão André Silva, de 25 anos, futebolista do Penafiel (o camisola 30), morreram num acidente de carro, na madrugada desta quinta-feira, dia 3 de julho, em Espanha.

O bispo do Porto explicou que a Igreja Católica “gosta do desporto”, no caso do futebol, “até foi uma grande promotora”, sabe que ele tem um “enorme potencial para agregar e construir pontes entre pessoas diferentes”, um espaço onde se cruzam grandes valores: “disciplina, trabalho em equipa, superação pessoal, respeito pelo outro, alegria, convívio, promoção da paz e o entendimento mútuo, etc”.

“​Queridos Dinis, Duarte e Mafalda, falei-vos a vós porque, se é triste ver um adulto chorar, muito mais custa quando se trata de uma criança e quando o motivo é este. Mas falei-vos também porque o grande Amigo que é Jesus disse que quem não for sensível como vós, não pode entrar no Reino dos Céus. Mando-vos um especial cumprimento pela vossa mãe, pelos vossos avós e demais familiares. Estou convosco. Jesus também está convosco para vos ajudar a passar este momento muito duro. E o vosso pai e tio estão com Jesus, na tal vida nova de felicidade e de paz.”

CB/

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