Gondomar: Capela de Nossa Senhora da Aflição vai ser reabilitada, após ser consumida pelas chamas em setembro de 2024

Imamat Ismaili, União de Freguesias de Melres e Medas, Município de Gondomar e proprietários assinaram acordo para recuperação da capela, cuja inauguração está agendada para 7 de setembro

Lisboa, 29 jan 2025 (Ecclesia) – A capela de Nossa Senhora da Aflição, consumida pelas chamas nos incêndios de setembro de 2024, em Branzelo, no concelho de Gondomar, vai ser reabilitada através de um acordo assinado esta terça-feira, em Lisboa.

Imamat Ismaili, União de Freguesias de Melres e Medas, município de Gondomar e proprietários do edifício uniram-se para a assinatura do acordo que prevê a reconstrução da capela e a requalificação do espaço envolvente.

A representante da família proprietária do edifício, Elvira Duarte, afirmou, em declarações à Agência ECCLESIA, que o comendador Nazim Ahmad, representante diplomático em Portugal do Imamat Ismaili, chegou ao contacto com a Câmara Municipal, que por sua vez estabeleceu contacto com aos proprietários.

“E foi assim que ocorreu, numa primeira fase, o encontro entre as partes e depois o Sr. Nazim interessou-se pela causa e começámos a desenvolver o acordo”, explicou.

O presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, assinalou a data na rede social facebook, referindo que este é “um dia marcante” para o município e “particularmente para Melres e Medas, na reposição de prejuízos patrimoniais, culturais e comunitários causados pelos incêndios de setembro de 2024”.

“Este projeto une mecenato, entidades públicas e privadas, evidenciando o compromisso com a preservação do património cultural, religioso e a regeneração de espaços de fruição e identidade comunitária”, pode ler-se na publicação.

Segundo o autarca, em declarações à Lusa, a Fundação Aga Khan vai apoiar “com 375 mil euros” a reabilitação da capela, enquanto a câmara municipal, a junta de freguesia e a comunidade local “vão dar mais uma ajuda”, adiantando que a estimativa de recuperação do edifício estará entre “450 e 500 mil euros”.

Elvira Duarte esclarece que devido ao facto de o património ser privado, “não havia qualquer possibilidade de comparticipação dos danos existentes”.

Os incêndios de setembro causaram a destruição “total” da capela de Nossa Senhora da Aflição, indica a proprietária, que refere que “as próprias paredes exteriores têm fendas bastante grandes que têm que ser colmatadas”.

“Nós estamos a falar de uma intervenção bastante profunda. Não é só colocar um telhado, digamos assim, ou um teto. Não, é muito mais do que isso”, destaca.

Elvira Duarte dá conta que “a Fundação Aga Khan tem o cuidado de, quando faz uma intervenção, não olhar só para o centro do objeto, mas também para a zona envolvente”.

“E é isso que vai acontecer. Também vai haver uma requalificação da zona envolvente”, sublinha.

As obras de reabilitação têm como objetivo deixar a capela o “mais perto possível daquilo que existia antes”, realçando que pelo menos é esse o compromisso: “vamos ver se é possível a sua concretização”.

A representante da família proprietária do edifício ressalta que “a capela, enquanto local de oração, de devoção e comunidade envolvente, sempre foi um marco muito importante”.

“É um local de grande devoção, de peregrinação, em que existe um envolvimento bastante grande de toda a comunidade. Não só do lugar em questão, mas também de lugares limítrofes”, refere.

Elvira Duarte acredita que “vai ser possível, com este acordo, fazer a reabilitação” e assim continuar com a “devoção à Nossa Senhora da Aflição”.

Recordando o mês de setembro de 2024, a representante da família proprietária do edifício fala numa “grande angústia”.

“Foram horas muito, muito aflitivas. Depois de ir ao local e de ver como se encontravam algumas árvores, etc. Percebi que não havia qualquer possibilidade de a capela ter outro destino, infelizmente”, conta.

O futuro reserva “muito trabalho”, adianta a entrevistada, assinalando que há “muita coisa por concretizar”, “muitos pormenores para realizar”.

“[Há] muita obra para fazer, basicamente. E quando eu digo obra, não é só a nível estrutural, mas também a nível de espólio”, descreve.

A inauguração da capela de Nossa Senhora da Aflição está agendada para o primeiro domingo de setembro, dia 7.

“Nós estamos com os prazos muito apertados para a concretização da obra. E não sei se vai ser possível, por exemplo, conseguirmos o altar e todas as estruturas necessárias para que seja possível uma celebração condigna ao momento no interior da capela. No exterior, isso será sempre possível”, revela.

LJ/PR/OC

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