Gondomar: Bispo do Porto quer Igreja de «proximidade, fraternidade» pelas periferias

Gondomar, Porto, 09 out 2014 (Ecclesia) – O bispo do Porto, na igreja matriz de Gondomar, explicou que a Igreja diocesana quer estar na “vanguarda da proximidade”, “ser escola de fraternidade” e “obreira do amor pelos simples”.

“A missão de ‘anunciar a alegria do evangelho’, que agora vivemos e assumimos, como lema pastoral, projeta-nos no caminho do futuro como necessária pedagogia de evangelização e oportuna metodologia de ação pastoral de uma Igreja que vai ao encontro de todos, sem a ninguém esquecer ou excluir”, revelou D. António Francisco dos Santos na Eucaristia da festa de São Cosme.

O prelado desenvolveu que o amor humano e cristão consiste, por exemplo em “ocupar-se; cuidar; partilhar; estar atento; saudar; falar; perdoar; dar-se aos outros”, por isso, revelou que é necessário “lutar por novos modelos de sociedade” onde a justiça, o respeito e o carinho pelos que sofrem esteja primeiro.

“Onde a proximidade se substitua à solidão; onde a fraternidade assuma o lugar da concorrência; onde o respeito pela diferença religiosa se afirme como um direito; onde a repartição dos bens tenha primazia diante da concentração excessiva na posse de poucos”, desenvolveu na homilia publicada hoje no sítio online da Diocese do Porto.

Nas festas do padroeiro da cidade de Gondomar, a 6 de outubro, o prelado assinalou que os fiéis têm de ser “bênção de Deus, presença de paz e certeza de fraternidade” em todas as freguesias e paróquias, em todas as instituições e famílias do concelho e vigararia.

D. António Francisco dos Santos explicou que a missão da Igreja é de “ser bênção de Deus” para a cidade, vila ou aldeia onde vive, de também “abrir o coração humano” à alegria do Evangelho, “ao sentido da festa e ao testemunho dos santos como modelos de vida e rostos de bem-aventurança”.

As forças humanas e as leis das nações, segundo o bispo do Porto, “não bastam para dar resposta” aos problemas da Humanidade e para “oferecer solução” aos seus dramas, como erradicar a pobreza, vencer o desemprego, evitar as guerras, impedir os ultrajes cobardes ou abolir a violência nas famílias e na sociedade.

Por isso, na homilia assinalou que Jesus é “fonte de esperança e fundamento de fraternidade” e se os cristãos compreenderem “o dinamismo que brota da salvação revelada e realizada” também participam da “experiência de fraternidade de uma Igreja perita em humanidade e escola de misericórdia”.

Na Eucaristia celebrada em Gondomar, na véspera da festa de Nossa Senhora do Rosário, que se celebrou a 7 de outubro, o prelado confiou-lhe “o grito de paz e o clamor de justiça das populações oprimidas”.

Nesse apelo D. António Francisco dos Santos incluiu “as famílias tristes e magoadas, sem amor, sem pão e sem trabalho; as pessoas sem pátria, sem casa e sem lar; os idosos sem presença próxima, sem aconchego e sem carinho; as crianças e os jovens sem alegria, sem sonho e sem esperança; e uma sociedade europeia tantas vezes cansada, envelhecida e em rutura cultural com os seus valores, a sua matriz e a sua história”.

O exemplo de São Cosme e de São Damião, médicos que exerciam gratuitamente a sua profissão num serviço de proximidade foi recordado por D. António Francisco dos Santos que lhes confiou o povo da Síria, sua pátria: “Para que a liberdade religiosa e a paz regressem àquele chão habitado por gerações pacíficas de crentes ao longo da história”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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