Guarda Carlos Caetano, morto a tiro em Aguiar da Beira, foi sepultado esta quinta-feira
Lisboa, 13 out 2016 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança manifestou hoje a sua “proximidade” aos familiares, camaradas e amigos de Carlos Caetano, militar da GNR morto em Aguiar da Beira e cujo funeral teve lugar esta quinta-feira.
Numa mensagem publicada na página online do Ordinariato Castrense, D. Manuel Linda lamenta o “momento trágico” que está a abalar a Guarda Nacional Republicana e garante a todos “uma fortíssima presença espiritual”, apesar de um compromisso “há muito assumido” que o impediu de participar na cerimónia.
“É com profunda tristeza que não posso estar presente junto de vós. Não obstante, também eu sofro convosco, emociono-me convosco e experimento a negrura da tristeza”, escreve o prelado, que se associa depois em oração a todos os entes queridos do jovem guarda morto a tiro na última terça-feira.
Carlos Filipe Gomes Caetano, de 29 anos, foi encontrado ainda com vida na bagageira de um carro-patrulha mas acabaria por morrer devido a ferimentos de bala na cabeça.
Decorrem ainda as buscas pelo principal suspeito deste crime, Pedro Dias, que será também responsável pela morte de um civil, Luís Dias, e por ferir gravemente outro militar da GNR, António Ferreira, e uma mulher, Liliane Dias.
“A única coisa que podemos fazer é pedir a misericórdia do nosso Deus. Misericórdia, antes de mais, para a alma do Guarda Principal Carlos Caetano para que Deus lhe valorize o sacrifício da vida e do sangue, derramado na defesa do bem e da legalidade”, realça D. Manuel Linda.
O bispo das Forças Armadas e de Segurança considera depois que este caso é mais um sinal de uma “cultura e maneira de viver” que “está a tornar-se problemática”.
“À base de um conceito errado de liberdade, não se insiste na modelação do nosso temperamento, na formação moral e na educação para os valores. E o mal mais terrível encontra campo aberto para se impor, a ponto de a vida humana se tornar apenas uma questão de preço e, por sinal, para os malvados, um preço muito baixo”, lamenta.
Hoje “mata-se por dá cá esta palha, como diz o povo”, aponta o responsável católico, chamando depois a atenção para o “menosprezo” a que muitas vezes são votadas “as Forças de Segurança, concretamente a Guarda”.
“Delas se exige que a legalidade impere mas, quando as coisas correm com tranquilidade, alguns acham que estão a mais”, sustenta D. Manuel Linda, considerando essencial “dar à GNR e às outras forças de segurança os meios humanos e técnicos, os equipamentos e a formação sem os quais não podem afrontar o mal que cada vez parece ressurgir com mais intensidade”.
“E faça-se tudo para se valorizar, social e economicamente, esta altruísta e nobre função de preservar a boa harmonia social, a paz, a liberdade e a legalidade (…) pois a sociedade aberta tem muito inimigos. E precisa de quem a defenda”, conclui.
JCP