Antigo presidente da Convenção Europeia diz que não é útil continuar a discussão em torno da inclusão de uma referência ao Cristianismo O antigo presidente da Convenção Europeia, Valéry Giscard d’Estaing espera que os chefes de Estado e de Governo da UE cheguem a um consenso definitivo em relação ao futuro Tratado Constitucional da Europa, defendendo que o texto apresentado pela Convenção representava um “bom compromisso”, mesmo no que diz respeito à herança religiosa da Europa. “O texto elaborado no preâmbulo da Constituição vai mais longe do que o da Carta europeia dos direitos fundamentais: não se contenta com a referência aos valores religiosos, mas menciona-os como uma fonte de inspiração para os Estados constituintes”, defendeu Giscard d’Estaing em entrevista ao jornal católica francês “La Croix”. A partir de amanhã tem lugar em Bruxelas a reunião do Conselho europeu e da Conferência Inter-Governamental, onde deverá ficar definida a versão final da Constituição Europeia, após longos meses de discussão. Para Giscard d’Estaing o debate em torno de uma inscrição da herança cristã no preâmbulo do texto constitucional não é útil, dado que a proposta actual “marca um progresso importante e foi objecto de um consenso”. O responsável mostrou-se confiante na possibilidade de que esta cimeira, que decorre até 18 de Junho, possa obter “um bom resultado”, ao contrário do que aconteceu a 13 de Dezembro, em que o texto da Constituição não foi adoptado.