Geórgia: Francisco torna-se primeiro Papa a entrar em igreja assírio-caldeia, para homenagear cristãos do Iraque e da Síria

Papa presidiu a oração pela paz, pelos cristãos perseguidos e os refugiados

Tbilisi, 30 set 2016 (Ecclesia) – Francisco tornou-se hoje o primeiro Papa a entrar numa igreja da comunidade assírio-caldeia, ao visitar a comunidade presente em Tbilisi, no final do seu primeiro dia de visita à Geórgia, onde rezou pelas populações da Síria e do Iraque.

“Senhor Jesus, uni à vossa cruz os sofrimentos de tantas vítimas inocentes: as crianças, os idosos, os cristãos perseguidos”, disse, numa oração pela paz na igreja de São Simão, onde se cantou e rezou em aramaico, a língua falada por Cristo.

A intervenção evocou ainda “os exilados, os refugiados, quem perdeu o gosto pela vida”

O rito caldeu remonta às origens do Cristianismo e tem particular importância na Síria e no Iraque; muitos dos fiéis desta comunidade vivem na diáspora.

Francisco rezou pelas “vítimas da injustiça e da opressão”, pelos povos em guerra e “exaustos pelas bombas”.

“Levantai da devastação o Iraque e a Síria; reuni sob a vossa doce realeza os vossos filhos dispersos: sustentai os cristãos da diáspora e dai-lhes a unidade da fé e do amor”, prosseguiu.

A comunidade caldeia sobrevive há 2 mil anos sem nunca ter tido um rei ou um império cristão no território.

Estes cristãos viviam no país antes de Maomé e representam umas das mais antigas comunidades do Oriente, remontando ao século II.

A chamada Igreja Assíria do Oriente obteve a autonomia no concílio de Markbata, em 492, com a possibilidade de eleger um patriarca com o título de ‘catholicos’.

Em 1830, o Papa Pio VIII nomeou o "patriarca da Babilónia dos Caldeus" como chefe de todos os católicos caldeus; a sede deste patriarcado era Mossul, no norte do Iraque, e seria transferida para Bagdade em 1950, após a II Guerra Mundial.

O rito caldeu é um dos cinco principais ritos do Cristianismo oriental.

No final da oração, o Papa cumprimentou os membros do Sínodo da Igreja Caldeia e, à saída do templo, libertou uma pomba branca, como gesto de paz.

Francisco encerrou assim o primeiro dia da viagem à Geórgia, que se prolonga até domingo, dia em que se transfere para o Azerbaijão; em junho, o Papa já tinha estado no Cáucaso, ao visitar a Arménia.

OC

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Agência ECCLESIA

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