O” que se lê nos jornais ou vê na televisão não corresponde à real situação que a população de Gaza enfrenta”. O Pe. Manuel Musallam, sacerdote na Faixa de Gaza, dá conta de uma “tragédia que tem de ser relatada a todos os homens de boa vontade”. Numa mensagem enviada à SIR – Serviço de Informação Religiosa, o sacerdote afirma que “as crianças e os pais dormem nos corredores das suas casas ou nas casas-de-banho para se protegerem das bombas. As pessoas tremem de medo a qualquer voz, a qualquer som dos bombardeamentos dos F16”. Os alvos, sublinha o sacerdote, são as instituições do Hamas, mas “estas estão muito próximas das casas civis. Por isso, muitas casas foram destruídas e muitas crianças morreram”. “As nossas crianças estão chocadas, doentes e têm fome, sofrem de má nutrição, pobreza e febre”. “Os hospitais já não conseguem responder a situações de emergência e, tentam agora, dar resposta a centenas de casos, muitas vezes tendo de operar nos corredores. Os doentes e os feridos mais graves são enviados para a fronteira com o Egipto. Os que conseguem fugir, não voltam, porque morrem antes disso”, escreve o sacerdote, dando conta de uma situação “histérica nos hospitais”. “São tratados como animais de zoo. Não há electricidade, alimentos, apenas medo”. O sacerdote apela à oração para com a população de Gaza, pois considera que “a oração pode tocar o mundo, pois a oração não conhece barreiras políticas ou sociais. Na oração sentímo-nos parte integrante da Igreja universal e os irmãos muçulmanos são a nossa gente, com quem sofremos e partilhamos”. O conflito entre os israelitas e o Hamas decorre há três semanas.