«A morte, o sofrimento e a destruição estão por toda a parte», denunciam responsáveis
Lisboa, 17 jul 2025 (Ecclesia) – O Patriarcado Latino de Jerusalém confirmou a morte de três pessoas no ataque do exército israelita que atingiu o complexo da Sagrada Família em Gaza, única paróquia católica do enclave palestino, esta manhã.
“Até ao momento, três pessoas perderam a vida em consequência dos ferimentos sofridos e outras nove ficaram feridas, incluindo uma em estado crítico e duas em estado grave. O pároco da comunidade, padre Gabriel Romanelli, sofreu ferimentos leves”, refere uma nota da instituição católica.
O Patriarcado “condena veementemente esta tragédia e este ataque a civis inocentes e a um lugar sagrado”, sublinhando que “esta tragédia não é maior ou mais terrível do que muitas outras que se abateram sobre Gaza”.
“Muitos outros civis inocentes também foram feridos, deslocados e mortos. A morte, o sofrimento e a destruição estão por toda a parte”, lamenta o comunicado.
Segundo os responsáveis católicos, as pessoas no complexo da Sagrada Família encontraram na Igreja “um refúgio, na esperança de que os horrores da guerra pelo menos poupassem as suas vidas, depois de já terem sido despojadas das suas casas, bens e dignidade”.
“Em nome de toda a Igreja da Terra Santa, expressamos as nossas mais sinceras condolências às famílias enlutadas e, daqui, oferecemos as nossas orações pela rápida e completa recuperação dos feridos”, indica o Patriarcado, recordando a mensagem de solidariedade enviada pelo Papa Leão XIV.
Chegou o momento de os líderes levantarem a sua voz e fazerem tudo o que for necessário para pôr fim a esta tragédia que é humana e moralmente injustificável. Esta guerra horrível deve chegar ao fim, para que possamos iniciar o longo trabalho de restauração da dignidade humana.”
A nota recorda todas as pessoas que permanecem na paróquia católica, assumindo a intenção de continuar “ao lado da comunidade de Gaza”.
A Cáritas de Jerusalém identifica duas das vítimas na igreja da Sagrada Família: Saad Salameh, de 60 anos, zelador da paróquia, e Fumayya Ayyad, 84 anos, que se tinha refugiado no complexo.
“Ambos ficaram gravemente feridos durante o ataque e foram transportados para o Hospital Al-Mamadani. Tragicamente, devido à grave falta de recursos médicos e unidades de sangue em Gaza, não foi possível salvá-los”, informa a organização católica.
Segundo o comunicado, “esta perda abalou profundamente a equipa da Caritas Jerusalém no terreno, que continua a operar em condições inimagináveis”.
“Mais uma vez, apelamos à comunidade internacional para que aja com urgência para proteger os civis, os locais de culto e os espaços humanitários, e para garantir que as pessoas em Gaza tenham acesso ao direito mais básico: a oportunidade de sobreviver”, conclui a nota da Cáritas.
OC