Francisco diz que Santa Sé está no terreno, para ajudar população
Cidade do Vaticano, 13 set 2024 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje ao fim da guerra entre Israel e o Hamas, em Gaza, afirmando que o conflito foi demasiado longe.
“Não posso qualificar se esta ação de guerra é demasiado sangrenta ou não, mas, por favor, quando se veem os corpos de crianças mortas, quando se vê que, partindo do princípio que alguns dos guerrilheiros estão lá, se bombardeia uma escola: isto é mau, isto é feio”, disse aos jornalistas que acompanharam o voo de regresso a Roma, desde Singapura.
“Diz-se que é uma guerra defensiva, ou não, mas às vezes penso que é uma guerra demasiado, demasiado… lamento dizê-lo, mas não me parece que estejam a ser dados passos para a paz”, acrescentou.
Francisco sublinhou que a Santa Sé está a “trabalhar” no terreno, para ajudar a população.
“Todos os dias telefono para a paróquia de Gaza. Lá, na paróquia e no colégio, há 600 pessoas, cristãos e muçulmanos, mas vivem como irmãos. Contam-me coisas más, coisas difíceis”, relatou.
O Papa recordou um encontro na cidade italiana de Verona, em maio, quando o israelita Maoz Inon, que perdeu os pais no atentado do Hamas de 7 de outubro, e o palestino Aziz Sarah, cujo irmão foi morto pelo exército israelita, “falaram ambos de paz, abraçaram-se e deram um testemunho de fraternidade”.
“A fraternidade é mais importante do que a morte de um irmão. A fraternidade, o aperto de mão”, indicou.
Francisco considerou que, no final, mesmo quem ganhar a guerra “encontrará uma grande derrota”.
“A guerra é sempre uma derrota, sempre, sem exceção. Não devemos esquecer isso, é por isso que tudo o que se faz pela paz é importante”, insistiu.
O Papa agradeceu o papel do rei da Jordânia, “um homem de paz”.
O avião que transportou o Papa no fim da viagem apostólica à Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura aterrou no Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci, de Roma, às 18h46 (17h46 em Lisboa).
OC