Gaza: Papa e presidente da Palestina falaram ao telefone sobre a «obrigação de proteger os civis e os lugares santos»

Leão XIV renovou apelo ao respeito do Direito Internacional Humanitário

Foto EPA/Lusa, Gaza

Castel Gandolfo, Itália, 21 jul 2025 (Ecclesia) – O Papa Leão XIV renovou hoje o apelo ao “pleno respeito do Direito Internacional Humanitário”, numa conversa telefónica com o presidente da Autoridade Palestiniana, onde falaram sobre o conflito na Faixa de Gaza e a violência na Cisjordânia.

“O Santo Padre renovou o seu apelo ao pleno respeito do Direito Internacional Humanitário, sublinhando a obrigação de proteger os civis e os lugares santos e a proibição do uso indiscriminado da força e da deslocação forçada da população”, informa a sala de imprensa da Santa Sé, numa nota publicada online.

Leão XIV conversou sobre os recentes desenvolvimentos do conflito na Faixa de Gaza e a violência na Cisjordânia, na chamada telefónica que recebeu de Mahmoud Abbas, o presidente da autoridade Palestiniana, na manhã desta segunda-feira, 21 de julho.

Um ataque militar do exército israelita atingiu a igreja da Sagrada Família, em Gaza, e causou a morte de três pessoas e feriu várias outras, algumas delas com gravidade, o pároco local, o padre Gabriel Romanelli, sofreu ferimentos ligeiros, na quinta-feira, dia 17 de julho.

Segundo o Vaticano, dada a “dramática situação humanitária”, na conversa entre o Papa e o presidente da Autoridade Palestiniana foi sublinhada a urgência de “prestar socorro às pessoas mais expostas” às consequências do conflito e de permitir a entrada adequada da ajuda humanitária”.

Foto: caritas.org

O Papa Leão XIV recordou também no telefonema com Mahmoud Abbas, o 10.º aniversário do Acordo Global entre a Santa Sé e a Autoridade Palestiniana, assinado em 26 de junho de 2015 e que entrou em vigor em 2 de janeiro de 2016.

O gabinete do primeiro-ministro israelita emitiu uma declaração a respeito do ataque militar ao complexo da única paróquia católica do enclave palestiniano, no próprio dia 17, e Benjamin Netanyahu telefonou também a Leão XIV, o Papa reforçou o apelo a um cessar-fogo em Gaza.

O Governo português condenou o ataque israelita a uma igreja católica em Gaza, considerando urgentes o cessar-fogo e o reforço da ajuda humanitária no enclave palestiniano; a nota, publicada na rede social X pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, expressou “solidariedade com o povo palestiniano e ainda com a Igreja Católica”.

Este não foi o primeiro ataque à Paróquia da Sagrada Família, no dia 16 de dezembro de 2023, segundo o Patriarcado Latino de Jerusalém, um atirador das Forças de Defesa de Israel (IDF) “disparou um tiro contra as duas mulheres cristãs que caminhavam para um convento”, morreram uma mãe e filha.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo movimento islamita Hamas, a 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, que causaram cerca de 1200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel já provocou mais de 58 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

CB/PR

 

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