Padre Gabriel Romanelli fala sobre situação na região e indica que «não houve ordem de evacuação» naquela área do bairro

Cidade do Vaticano, 19 ago 2025 (Ecclesia) – O pároco da Sagrada Família, a única paróquia católica de Gaza, na Palestina, abordou hoje, em declarações aos meios de comunicação do Vaticano, o cenário que se vive na região, onde se ouvem bombardeamentos “dia e noite”.
“Alguns distantes, outros mais próximos. Às vezes, chegam até estilhaços”, relata o padre Gabriel Romanelli, que acrescenta que “infelizmente a guerra continua”.
“E, com a guerra, todos os dias se somam mortos, feridos, destruições e crescem as necessidades de todo tipo para toda a população civil de Gaza”, lamenta.
O pároco da Sagrada Família dá conta que “não houve ordem de evacuação” naquela área do bairro, que fica na Cidade Velha de Gaza.
“Continuamos a rezar pela paz”, referiu.
Desde o início da guerra em 2023, já morreram mais de 62 mil pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, e mais de 150 mil ficaram feridas, segundo o portal Vatican News.
No dia em que se celebra o Dia Mundial da Ajuda Humanitária, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários revela que 383 trabalhadores humanitários foram mortos, atingindo um novo recorde, dos quais mais de 180 se registaram em Gaza.
No que respeita a este ano, já morreram 265 trabalhadores humanitários até 18 de agosto, de acordo com dados provisórios do Banco de Dados de Segurança de Trabalhadores Humanitários.
“Ataques dessa escala, sem responsabilização alguma, são uma vergonhosa denúncia da inação e da apatia internacionais”, referiu Tom Fletcher, subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência.
“Como comunidade humanitária, exigimos – mais uma vez – que aqueles com poder e influência ajam pela humanidade, protejam civis e trabalhadores humanitários e responsabilizem os perpetradores”, pediu.
A igreja da Sagrada Família, em Gaza, foi atingida no dia 17 de junho por um ataque militar israelita, que causou mortos e vários feridos, alguns dos quais em estado grave.
Na sequência do incidente, o Papa Leão XIV apelou a um cessar-fogo “imediato” na Faixa de Gaza.
LJ/PR