Gaza: Cáritas denuncia «máquina de aniquilação, alimentada pela impunidade e pelo silêncio»

Confederação católica critica fome imposta de forma «deliberada» por Israel

Foto: caritas.org

Roma, 01 set 2025 (Ecclesia) – A confederação internacional da Cáritas denunciou, em comunicado, a fome imposta de forma “deliberada” por Israel, na Faixa de Gaza, falando numa “máquina de aniquilação, alimentada pela impunidade e pelo silêncio”.

“Isto não é guerra. É a destruição sistemática da vida civil. O bloqueio a Gaza transformou-se numa máquina de aniquilação, alimentada pela impunidade e pelo silêncio, ou cumplicidade, de nações poderosas. Aqui, a fome não é uma catástrofe natural, mas a consequência de uma estratégia deliberada: bloquear a ajuda, bombardear comboios de alimentos, destruir infraestruturas e negar necessidades básicas”, refere a nota da ‘Caritas Internationalis’, divulgada online pela Cáritas Portuguesa.

A declaração sobre a “fome causada pela ação do homem” na cidade de Gaza cita o alerta das Nações Unidas sobre a situação, considerando-o uma “dura confirmação daquilo que as organizações humanitárias têm vindo a dizer há meses”.

“Os habitantes de Gaza têm sofrido há muito uma fome imposta de forma deliberada. Isto não é um acidente trágico. É o resultado de escolhas calculadas. Uma população privada de abrigo, alimento e segurança foi deixada a morrer diante dos olhos do mundo”, pode ler-se.

A ‘Caritas Internationalis’ testemunha este horror. Civis, em grande parte mulheres e crianças, estão a ser condenados à fome, bombardeados e eliminados. Governos, corporações e multinacionais influentes tornaram esta catástrofe possível através de apoio militar, financiamento e cobertura diplomática. O seu silêncio não é neutralidade, é apoio.”

A organização católica acusa a comunidade internacional de ficar por “declarações ocas e frases vazias”.

“A ‘Caritas Internationalis’ vê em Gaza um ataque deliberado contra a dignidade humana e o colapso da ordem moral, um falhanço na liderança, responsabilidade e na própria humanidade”, adverte.

A declaração apela a um cessar-fogo “imediato e permanente”, com acesso humanitário sem restrições, “para acabar com a fome e prestar cuidados”.

A Cáritas pede a libertação de todos os reféns e pessoas detidas arbitrariamente, propondo o envio de uma força de paz da ONU para proteger civis, em especial crianças, mulheres e idosos.

A organização católica defende ainda o fim da presença ilegal de Israel nos Territórios Palestinianos Ocupados e a “cessação da atividade dos colonatos”.

“A fome em Gaza é um teste à integridade moral e muitos falharam. Sujeitar à fome uma população é profanar a vida. Ficar em silêncio é ser cúmplice”, aponta a declaração.

OC

Partilhar:
Scroll to Top