O recente golpe de Estado em São Tomé e Príncipe desviou os jovens voluntários da sua rota, mas não lhes retirou o entusiasmo O GAS’África – Grupo de Acção Social em África e Portugal – vai enviar sete jovens voluntários para dois meses de trabalho no concelho de Câmara de Lobos, na ilha da Madeira. Uma mudança de rumo, pois o recente golpe de Estado em São Tomé e Príncipe inviabilizou o projecto programado para esse país, mas não uma mudança de atitude, como a agência ECCLESIA pôde constatar. “É importante perceber que a nossa missão pode ser cumprida em função das pessoas e não do lugar. O nosso grupo continua entusiasmado e com vontade de trabalhar”, confessa Filipa Dias, uma das jovens que vai passar o seu verão a ajudar os outros. Este grupo de voluntariado missionário católico, nascido em 1989, em Lisboa, vai no dia 6 de Agosto para uma das partes mais pobres da Região Autónoma da Madeira trabalhar junto das crianças e idosos. “Durante a manhã vão ser promovidas acções dirigidas Às crianças, com atelliers e jogos. À tarde vamos visitar os idosos que estão espalhados pelo concelho e muitas vezes não saem de casa; no ano passado quatro colegas estiveram lá e conseguiram juntar na festa de encerramento idosos que não saiam de casa há quase 20 anos”, relata vitoriosa. Actualmente o GAS’África está sob a alçada da Capelania da Universidade Católica Portuguesa e aberto a todos os estudantes universitários que tenham disponibilidade para, durante um mês ou dois meses das suas férias grandes , fazer voluntariado missionário em África e Portugal, um tempo considerado ideal “porque deixam cá o bichinho”, confessa Filipa. “Quando acabamos o curso e começamos a trabalhar pensamos sempre no que poderíamos fazer, em partir numa grande missão por mais tempo”, acrescenta. Por detrás desta decisão de embarcar num projecto de voluntariado há todo um ano de trabalho, com reuniões semanais, Retiro de Núcleos e um Fim de Semana de Trabalho. Para quem faz parte do projecto há o Retiro Final, antes da partida. “Ouvimos testemunhos de trabalho missionário ou de voluntariado, além de tempos de formação mais orientada para as nossas actividades”, explica Filipa Dias. O GAS’África trabalha em estreita colaboração com a paróquia ou comunidade religiosa do local em que o projecto está inserido. O núcleo do Porto irá enviar na próxima semana 12 jovens para um projecto em Angola, preparado da mesma maneira que o da Madeira.