Francisco apela a intervenção internacional para travar conflito no Médio Oriente
Cidade do Vaticano, 15 nov 2014 (Ecclesia) – O Papa lançou um apelo aos líderes que integram o G20, pedindo que a sua próxima reunião promova uma política de criação de “emprego estável e dignificado” para superar a atual crise económica.
“Isto vai exigir uma melhoria na qualidade do investimento e dos gastos públicos, a promoção do investimento privado, um sistema fiscal justo e adequado, esforços concertados para combater a evasão fiscal e uma regulação do setor financeiro que assegure honestidade segurança e transparência”, refere Francisco, numa mensagem aos chefes de Estado e de Governo dos 20 países com maiores economias, reunidos entre hoje e amanhã na cidade australiana de Brisbane.
O texto, endereçado ao primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, apela ainda a uma intervenção internacional, com o apoio do G20 e das Nações Unidas, para “travar em definitivo a injusta agressão dirigida a várias religiões e grupos étnicos, incluindo minorias, no Médio Oriente”.
A intervenção deve ainda “levar à eliminação das raízes do terrorismo, que atingiu proporções inimagináveis até agora”, combatendo a “pobreza, subdesenvolvimento e exclusão”.
Francisco sustenta que é “cada vez mais claro” que a solução para o “grave problema” no Médio Oriente não pode ser “meramente militar” e deve também centrar-se nos que “de uma forma ou outra, encorajam os grupos terroristas através de apoio político, o comércio ilegal de petróleo e o fornecimento de armas e tecnologia”.
“Há também necessidade de educação e uma maior consciência de que a religião não pode ser explorada como um meio de justificação para a violência”, acrescenta.
O texto refere-se, por outro lados, aos “abusos” no sistema financeiro que levaram à crise de 2008 e à “especulação” sem limites políticos ou jurídicos, bem como à “mentalidade de maximização dos lucros como critério final da atividade económica”.
O Papa recorda que a agenda de Brisbane está centrada no relançamento de um “crescimento sustentado e sustentável da economia global” e pede que os chefes de Estado e de Governo “não se esqueçam de que estão muitas vidas em jogo por trás destas discussões políticas e técnicas”.
“A responsabilidade pelos pobres e os marginalizados devem ser um elemento essencial de qualquer decisão política, tanto a nível nacional como internacional”, adverte.
A mensagem recorda as questões ecológicas, a fome, o aumento do desemprego, em particular entre os jovens, e a crescente exclusão social.
O grupo dos G20 é constituído pela África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, União Europeia e Turquia.
OC
Notícia atualizada às 13h00