CIDSE espera que as economias mais desenvolvidas do mundo se empenhem na luta contra a pobreza
Lisboa, 31 out 2011 (ECCLESIA) – A CIDSE, rede internacional de agências católicas de desenvolvimento, pediu hoje aos líderes que integram o G20 a criação de um “imposto global sobre as transações financeiras” para promover a luta contra a pobreza e as mudanças climáticas.
“Os líderes europeus devem continuar a promover o imposto no G20 e esperamos que os líderes que até agora se recusaram a perceber o seu potencial e urgência também o apoiem”, afirma o presidente da CIDSE, Chris Bain, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Antecipando a cimeira do G20 que vai decorrer quinta e sexta-feira, na cidade francesa de Cannes, a organização considera que as medidas em discussão podem ser insuficientes, acusando mesmo os líderes das maiores economias mundiais de fazerem “muito pouco e muito lentamente”.
“O G20 deveria tomar medidas urgentemente necessárias para regularem o sistema financeiro global e desencorajar a especulação, enfrentando as questões da dívida soberana e reformando o sistema financeiro internacional”, pode ler-se.
A CIDSE refere que “os nove países em desenvolvimento que são membros do G20 representam 58 por cento dos pobres do mundo” e, mesmo nos países desenvolvidos, há um “grande número de pessoas a empobrecer que estão a devido à crise financeira global”.
“No entanto, o G20 continua a concentrar-se num modelo de crescimento ultrapassado que deixa os mais pobres na posição de não poderem beneficiar ou contribuir para a economia”, assinalam as 16 organizações católicas de desenvolvimento da Europa e da América do Norte, nas quais se inclui a Fundação Fé e Cooperação (FEC), de Portugal.
O comunicado assinala que “a ação conjunta das economias mais avançadas do mundo pode significar muito para os mais pobres, mas com a agenda errada só levará a mais pobreza e desigualdade”.
A CIDSE pede ainda que seja dada atenção à evasão fiscal, nomeadamente através do fim dos paraísos fiscais, e à “volatilidade dos preços dos alimentos”.
O grupo dos G20 é constituído pela África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, União Europeia e Turquia.
OC