Futuro do trabalho em risco

Organizações operárias cristãs de Portugal e Espanha unidas nas suas preocupações sobre a precariedade, a flexibilidade laboral e o desemprego A LOC/MTC (Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos), de Portugal, e a HOAC (Hermandad Obreira da Acción Católica), de Espanha, manifestaram hoje a sua preocupação em relação ao futuro dos trabalhadores em ambos os países. “O desemprego, o emprego precário, a flexibilidade laboral, a mobilidade geográfica, a sinistralidade, os baixos salários e reformas, o endividamento das famílias, a legislação laboral desfavorável, a privatização dos serviços públicos, a degradação dos serviços de assistência sanitária e do sistema de segurança social, a imigração – com todas as dificuldades de integração –, a economia submersa, etc., são realidades em que se encontram imersos os trabalhadores mais desfavorecidos”, refere um comunicado enviado à Agência ECCLESIA. As duas organizações estiveram reunidas em Salamanca, nos dias 21 e 22 de Janeiro, para analisar, em conjunto, a vida e a acção dos movimentos, a situação do mundo operário e o papel da Igreja nos dois países, no que concerne ao social. “A quebra de confiança nas organizações dos trabalhadores, a falta de solidariedade e debilitação da acção sindical e das reivindicações, a enorme quantidade de pessoas que já vivem abaixo do limiar da pobreza, as dificuldades que encontram os jovens e as mulheres em torno do trabalho e as consequências para a família operária são grandes preocupações sentidas pelos dois movimentos”, refere a nota desta Quarta-feira. O texto, assinado pelos coordenadores nacionais da LOC/MTC e da HOAC, considera que a Igreja Católica “está mais voltada para si mesma que para o mundo; pouco atenta à vida das pessoas, concretamente os trabalhadores, que sofrem diariamente atropelos à sua dignidade”. “É necessário estar atento para que os direitos sociais dos trabalhadores não desapareçam sob as garras da ‘flexissegurança’, das relações laborais e de uma maior integração nas nossas sociedades dos trabalhadores e trabalhadoras imigrantes”, alertam. Ambos os movimentos manifestaram a sua solidariedade com as famílias dos trabalhadores portugueses falecidos num acidente de viação no dia 21 e com todos os trabalhadores falecidos no trajecto casa-trabalho.

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