Futuro da humanidade passa pelo destino da África, diz a Santa Sé

A Santa Sé está convencida que o futuro da humanidade passa, em larga medida, pela resolução dos problemas no continente africano. “Se se resolver o problema da África, as repercussões benéificas iriam verificar-se em todo o mundo”, disse o Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), durante a apresentação da mensagem de João Paulo II para o Dia Mundial da Paz 2005. O antigo observador da Santa Sé na ONU, com larga experiência de política internacional, assegura que o Papa “tem este continente no coração”, chamando a atenção para conflitos como o do Sudão, o do Uganda ou nos Grandes Lagos, onde morreram mais de 3,8 milhões de pessoas desde 1998. “Os conflitos já não se resolvem recorrendo ao tráfico de armas, mas com ajudas para o desenvolvimento e o compromisso para eliminar a dívida dos países pobres”, disse D. Martino, citando a mensagem de João Paulo II. O presidente do CPJP falou ainda do drama dos 5 milhões de crianças que morrem de fome todos os anos, dos mil milhões de meninos e meninas sem infância, por causa da pobreza, da SIDA e outras pandemias. Nesse sentido, o Cardeal Martino destacou o facto de João Paulo II ter dedicado a terceira parte da sua mensagem ao tema do uso dos bens da terra, no contexto dos princípios da Doutrina Social da Igreja que se referem ao destino universal dos bens e a cidadania universal. “Estes são dois faróis que podem iluminar as escolhas políticas da comunidade internacional”, sublinhou.

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