Funerais: Bispo de Viseu antecipa construção de crematórios na diocese

Doutrina católica recomenda sepultura mas não se opõe à cremação, lembra Nota Pastoral; cinzas não podem ser levadas para a igreja

Viseu, 13 ago 2012 (Ecclesia) – O bispo de Viseu publicou uma Nota Pastoral que recorda a doutrina da Igreja Católica sobre a cremação, antecipando a construção de dois crematórios na diocese.

“A Igreja, continuando a recomendar vivamente que se conserve o piedoso costume de sepultar os corpos dos defuntos, não proíbe a cremação, a não ser que tenha sido preferida por razões contrárias à doutrina cristã”, sublinha D. Ilídio Leandro no documento apresentado no site diocesano.

O responsável, que cita o Código de Direito Canónico, ordenamento jurídico católico, lembra que “a Igreja acompanha com preces de sufrágio, nomeadamente com a Eucaristia ou a Celebração da Palavra, a partida deste mundo de quem tenha sido cremado ou de quem, depois da celebração, vá ser cremado”.

O prelado salienta que as celebrações exequiais decorrem exclusivamente na igreja, com a “última encomendação e despedida, não existindo acompanhamento religioso para o forno crematório ou para o lugar de deposição das cinzas”.

A Nota Pastoral determina também a proibição de as cinzas serem levadas para a igreja nas celebrações em que se evoca a pessoa falecida, nomeadamente no 7.º e 30.º dia da sua morte.

O documento é enquadrado pela construção, “em breve”, de fornos crematórios em Viseu e Mangualde, que “trarão novidades mais comuns e mais frequentes ao modo de sepultar os defuntos”.

Segundo o presidente da Associação Nacional de Empresas Lutuosas, Nuno Monteiro, há 16 crematórios em Portugal, estimando-se a construção de mais quatro a cinco em 2012 e 2013.

Em novembro de 2011 o responsável declarou que a taxa nacional de cremações nesse ano seria de oito por cento, índice que na área de Lisboa atinge os 68 por cento.

RJM

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