Iniciativa da Conferência Episcopal tem sido alimentada sobretudo com donativos de empresas e particulares. Saldo actual é de 200 mil euros
Lisboa, 06 Jan (Ecclesia) – O Fundo Social Solidário, criado pela Igreja Católica, em 2010 para acorrer aos mais necessitados, distribuiu quase 74 mil euros a 323 pessoas em Dezembro, revela hoje o site da Cáritas Portuguesa.
Os pedidos, correspondentes a 103 casos apresentados por oito das 20 dioceses territoriais de Portugal, beneficiaram sobretudo as regiões de Vila Real (100 pessoas apoiadas) e Braga (83), seguindo-se Coimbra (42), Aveiro (41), Beja (31), Açores (12), Portalegre-Castelo Branco (11) e Évora (3).
Os valores mais elevados foram atribuídos às dioceses de Vila Real (19 mil euros), Aveiro (17 500) e Coimbra (15 mil), mas foi a arquidiocese de Évora que recebeu a maior verba por número de beneficiados: cada uma das 3 pessoas obteve 446 euros.
De acordo com a mesma fonte, o saldo do Fundo Social é hoje de 198 344,32 euros, conseguidos sobretudo com donativos de empresas e particulares.
“Em termos da generosidade das pessoas, prova-se mais uma vez que elas correspondem quando são mobilizadas e sobretudo quando vêem que os fundos são aplicados naquilo para o qual foram criados”, afirmou o presidente da Cáritas Portuguesa à Agência ECCLESIA.
A instituição não dispõe de dados sistematizados para classificar a origem das ofertas: “Neste momento ainda não conseguimos ter uma radiografia da proveniência dos donativos porque a maior parte é depositada directamente na conta bancária. Vamos tendo alguma percepção a partir da emissão dos recibos, quando solicitados”, explicou Eugénio Fonseca.
A Cáritas Portuguesa desconhece igualmente a aplicação dada aos fundos transferidos quinzenalmente, embora esses pedidos estejam registados nas paróquias e dioceses.
“Até agora só nos chegava o pedido do montante necessário. Mas chegámos à conclusão que era preciso ter a referência dos casos. Na próxima quinzena [1 a 15 de Janeiro] já poderemos saber o destino que está a ser dado às dádivas”, referiu.
Depois de anunciar que em breve vai ser divulgado o resultado da campanha de Natal da Rádio Renascença, que reverte para o Fundo Social Solidário, o responsável adiantou que os resultados superaram as ofertas dos anos anteriores.
Eugénio Fonseca sublinha que a finalidade do Fundo abrange, além dos apoios financeiros, um trabalho de “sensibilização” dentro da Igreja Católica de Portugal.
O responsável pretende “que todas as paróquias organizem minimamente a sua Pastoral Social, dispondo de um grupo devidamente preparado pelas Cáritas diocesanas, com o apoio da Cáritas Portuguesa”.
Estas equipas devem responder aos “problemas sociais”, ao mesmo tempo que procuram avivar a consciência “de que a missão da caridade é uma exigência de toda a comunidade cristã”, salientou.
A 22 de Janeiro, o Fundo Social Solidário, gerido pela Comissão Nacional Justiça e Paz, Sociedade São Vicente de Paulo, Cáritas e Comissão Justiça e Paz dos Institutos Religiosos, assinala meio ano do anúncio da sua criação, feito a 22 de Julho pelo presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo.
O prelado revelou à Agência ECCLESIA que na próxima Quarta-feira, dia 12, vai ser feita uma avaliação dos primeiros seis meses, durante a reunião do Conselho Consultivo daquela Comissão, a decorrer em Lisboa.
O regulamento do Fundo vai ficar hoje disponível no site da Cáritas Portuguesa, depois de já ter sido enviado em versão impressa para as paróquias.
RM